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Pezão diz que crise na saúde pública é responsabilidade da União

Candidato à reeleição disse que sobrecarga causada por greve federal prejudica o Rio

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O governador do Rio de Janeiro e candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse nesta quinta-feira (17) que os problemas enfrentados na saúde do estado são responsabilidade, principalmente, do Governo Federal. Primeiro candidato a participar da série de encontros com candidatos ao governo do Rio, promovidos pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), o governador disse que a greve dos hospitais federais no Rio de Janeiro é a grande responsável pela sobrecarga nos demais hospitais do município. Vários institutos de saúde federais estão em greve, entre eles o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras (INC) e os hospitais federais Cardoso Fontes, dos Servidores do Estado e do Andaraí.

Ainda sobre a questão da saúde, segundo o governador, a última administração do governo no estado atingiu avanços da área: o Rio teria pulado da sétima posição no ranking nacional de transplantes para o segundo lugar.

A crítica de atual governador do Rio à política de administração federal da saúde pública no Rio de Janeiro não poderia ser interpretada como oposição política – visto que o atual responsável do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro é um homem da iniciativa privada, tendo boas relações com o governo e com o município. Contudo, não deixa de ser uma demonstração de que Pezão busca adquirir alguma independência da presidente Dilma Rousseff (PT).

Ainda sobre a relação política dos governantes e candidatos, na última semana, o prefeito Eduardo Paes (PMDB), teria sido irônico em relação ao atual ministro da Saúde durante a substituição do secretário municipal de Saúde ao afirmar não saber o nome dele e dizendo que ele "não havia se dignado a fazer uma visita ao prefeito".

Sobre a campanha à reeleição, Pezão foi enfático ao assegurar o apoio ao candidato Cesar Maia ao Senado. Segundo ele, o candidato que foi prefeito do Rio por três vezes é uma pessoa preparada para representar o Rio no Senado por, entre outros fatores, conhecer bem a região. “Cesar Maia é uma pessoa preparada para o Senado. A gente não pode brincar, nós já estamos tirando o melhor senador do Brasil de lá, que é o Dornelles [candidato ao cargo de vice-governador na chapa de Pezão]. Nós temos que ter gente preparada lá. Não podemos colocar aventureiros no Senado”, disse.

Pezão negou ainda que o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral tenha saído do cargo em baixa, após ter renunciado em abril deste ano. Pezão declarou que desconhece uma possível rejeição e, de acordo com o governador, últimas pesquisas sobre aceitação do governo teriam atingido 24% de avaliações ótimas ou boas da gestão de Cabral. “É o melhor governo, é uma unanimidade entre empresários ou em uma comunidade pobre da Baixada. As pessoas reconhecem o governo que nós fizemos. Eu tenho muito orgulho de defender esse governo”, afirmou.

Educação

De acordo com Pezão, suas propostas para o campo da educação envolvem estímulo à capacitação contínua de professores e profissionalização de estudantes de ensino médio em horário integral. O candidato disse ainda que foi um crime o estado ter ficado, segundo ele, vinte anos sem construir uma escola de ensino médio. “Se nós tivéssemos acreditado nos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), onde o jovem tinha cinco refeições por dia, praticava esportes e estudava, nós não teríamos que fazer hoje um esforço tão grande pra entender como nossa população carcerária saiu de 21 mil pra 37 mil prisioneiros”, afirmou.

De acordo com o candidato, ainda existem cerca de 110 escolas compartilhadas com a prefeitura do Rio. O que o governador propõe é acabar até 2015 com esse compartilhamento e investir na capacitação dos jovens.

Meio Ambiente

Pezão mencionou o trabalho de drenagem das lagoas da Barra da Tijuca e Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. De acordo com o governador, 600 milhões estão sendo investidos na região. Além disso, estaria sendo realizado também um programa de prevenção e controle das cheias no Norte e Noroeste do Rio de Janeiro. “Já lançamos obras de 330 milhões em São Gonçalo e vamos lançar mais cerca de 870 milhões no entorno da baía de Guanabara”, disse.

Renegociação do indexador da dívida

O candidato à reeleição defendeu também que seja feita uma discussão para redefinir os indexadores da dívida do Estado. Pezão classificou a conta de IGP-DI + 6% ou de IGP-DI + 12% como sendo um crime e, de acordo com ele, nem agiotas cobram de forma semelhante. “Acho que foi um erro nós não rediscutirmos o indexador da dívida. Quando você vai discutir o assunto, as pessoas acham que você está querendo mudar a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas não é isso. Quando as dívidas foram renegociadas com estados e municípios, o ambiente de inflação era outro, estava em disparada. Essa taxa quebra estados e municípios”, afirmou.