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Imprensa estrangeira destaca máfia dos ingressos revelado por Andrew Jennings

Sunday Times e Telegraph publicaram no fim de semana o esquema que foi desvendado no Brasil

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A declaração do promotor do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Marcos Kac, responsável pelas investigações do esquema ilegal de venda de ingressos para a Copa do Mundo no Brasil, que movimentou cerca de US$ 100 milhões no mercado paralelo, de que vai abrir esta semana uma ampla investigação internacional para avaliar a participação da FIFA no escândalo, foi destaque no artigo do jornalista britânico Andrew Jennings, publicado no fim de semana no Sunday Times. Jennings é autor dos livros "Jogo Sujo" e "Jogo cada vez mais Sujo", que detalha as operações mafiosas da Fifa e da empresa Match, credenciada exclusiva para comercialização das entradas, desde a Copa de 1986, no México.

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Segundo o artigo de Jennings, Marcos Kac disse que solicitaria a ajuda da Interpol e de forças policiais estrangeiras para investigar a origem de dezenas de milhares de ingressos do Mundial que foram comercializados no mercado negro. "Esta é provavelmente uma das maiores investigações criminais sobre venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo.", considera o jornalista. O Sunday Times contextualiza as investigações após uma série de escândalos que tem o nome da Fifa envolvido, como o caso do suborno de 3 milhões de libras praticado por um membro do comitê executivo da organização para apoiar a candidatura do QATAR à sede da Copa do Mundo em 2022, que foi revelado pelo jornal britânico no mês passado. Veja a matéria do Sunday Times.

The Telegraph repercutiu no fim de semana a reportagem do Sunday, enfocando que a polícia do Rio suspeita que "alguém da Fifa" e "intermediário" da Match Hospitality, parceira pacote de hospedagem oficial da organização, pode ter desviado bilhetes para uso no mercado negro. O veículo britânico esclarece que as relações traçadas pela polícia foram depois que ficou confirmada a participação de um ex-membro do comitê executivo da Fifa pagou 3 milhões de libras num esquema de suborno já por conta das negociações para a 2022 no Qatar.

O jornal destaca outro trecho da matéria de Jennings, que explica a relação da Match com o Byrom Group, dos irmãos mexicanos Henrique e Jaime Byrom, também sócios de Phillip Blatter, sobrinho de Joseph Blatter, em uma das empresas que compõe a rede, a Match Hospitality, que destinou um agente oficial para negociar os ingressos Vip e passou o ocupar o centro das investigações sobre a máfia, o executivo Raymont Whelan. "Whelan estava grampeado pela polícia supostamente negociando um acordo de 350,500 libras", destaca a reportagem. "Ele agora é dito pela polícia brasileira como foragido, pode enfrentar 10 anos de prisão se as acusações contra ele forem comprovadas", complementa o texto.

A matéria com base no artigo de Jennings alerta para o fato da Fifa ter que prestar explicações sobre a parceira com a Macht na comercialização dos ingressos para os jogos da Copa no Brasil. E ainda informa que Whelan, de 64 anos, foi preso noite do dia 7 de julho, no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. E libertado sob fiança no dia seguinte, e dias depois fugiu do seu quarto de hotel quando a polícia voltar para resgatá-lo. "Polícia afirma que Whelan estava negociando pacotes de ingressos com Mohamadou Lamine Fofana, empresário franco-argelino. Whelan e Fofana estão entre os 12 suspeitos que foram presos e que estão sendo investigados na venda ilegal de bilhetes, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha", diz o texto do Telegraph.