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Rodoviários do Rio ameaçam parar por tempo indeterminado 

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Na página do Facebook "Rodoviários unidos por um salário digno", os motoristas e cobradores do município do Rio de Janeiro anunciam uma assembleia para esta terça-feira (27), às 16h, na Candelária. Caso não tenham as reivindicações atendidas, eles ameaçam iniciar uma greve por tempo indeterminado. "Dia 27 acabou  a enganação! Sem aumento vamos fazer uma greve histórica por tempo indeterminado", diz o aviso na rede social. 

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Maura Gonçalves, cobradora e integrante do grupo dissidente do sindicato que não aceitou o acordo salarial oficial, disse que o movimento "está no mesmo pique que antes" e que, antes da assembleia, vai se reunir no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para uma reunião com o órgão. Segundo ela, há boatos que o Rio Ônibus, o sindicato das empresas de ônibus, já foi recebido no TRT. A reunião não contará com a presença do sindicato das empresas nem dos rodoviários e será somente com o grupo dissidente. Até agora, os rodoviários que não aceitaram o acordo não foram recebidos pelo Rio Ônibus. 

No dia 20 de maio, quando houve a última assembleia do grupo, Hélio Teodoro, Luis Fernando Mariano e Luis Cláudio foram chamados à polícia para prestar depoimento. Maura revelou que ela também foi chamada, e irá na polícia amanhã (27), em outra data estratégica de reunião. Ela afirma que os dissidentes estão sendo processados por formação de quadrilha e danos ao patrimônio público, devido à depredação de ônibus. 

Maura relembra as ações movidas contra os trabalhadores pelo sindicato patronal, Rio Ônibus. A liminar que pleiteava a ilegalidade do movimento dos rodoviários foi negada no dia 9, na primeira paralisação, de 24 horas. Na segunda paralisação, de 48 horas, que começou no dia 13, outra liminar foi expedida, pedindo a garantia de 70% da frota de ônibus nas ruas. Nesse mesmo dia 13, os quatro dissidentes que estão liderando o movimento foram impedidos de participar das manifestações. A decisão dizia que eles estavam impedidos  de "promover, participar, incitar greve e praticar atos que impeçam o bom, adequado e contínuo funcionamento do serviço de transporte público". 

Para Maura, esse comportamento do Rio Ônibus mostra desespero com a força da luta dos trabalhadores. "Sabíamos que o Rio ônibus faria alguma coisa. Eles nunca viram, na história, a categoria tão mobilizada, ainda mais fora do sindicato. Os trabalhadores estão se unindo sozinhos, pelos seus interesses. Eles ficaram desesperados em ver isso", comenta a cobradora. "Durante a segunda paralisação, no primeiro dia deu 2 am, 4 am, não chegava nenhum rodoviário nas garagens. A categoria está no pique", completou ela. O assessor do Rio Ônibus não atendeu o JB até o fechamento desta matéria, assim como não respondeu ao e-mail enviado. 

 A negociação entre o sindicato dos rodoviários e das empresa não agradou a todos os profissionais. O acordo concedeu reajuste salarial de 10% e aumento do vale-alimentação de R$ 120 para R$ 150 com desconto de R$ 10. No entanto, a comissão de greve reivindica um reajuste salarial de 40% e vale-alimentação no valor de R$ 400, além do fim da dupla função do motorista, que também é cobrador, em algumas empresas. 

* Do programa de estágio do JB