ASSINE
search button

'É absurdo ter dinheiro para Copa e não ter para a educação', diz professor

Em ato de protesto, professores vão receber jogadores da Seleção no Galeão, segunda-feira

Compartilhar

Os professores do Rio decidiram nesta quinta-feira (22), em assembleia realizada no Clube Hebraica, em Laranjeiras, manter a greve que já dura duas semanas. Apesar de não darem aulas, os profissionais de educação seguem fazendo atos públicos como forma de pressão para conseguir resposta para suas reivindicações. Diversos atos estão programados. Ainda hoje, após a reunião, eles saíram em passeata por Laranjeiras, fechando a Rua Pinheiro Machado. A via ficou fechada durante uma parte da tarde, complicando o trânsito na região. O túnel Santa Bárbara também chegou a ser fechado, mas já foi liberado.

>> Greve na educação: 11 mil alunos da rede estadual seguem sem aulas

Os professores buscam chamar a atenção da população e pressionar o governo: "Nós temos certeza que a força da greve está obrigando a negociação com o governo. Temos que colocar as pessoas na rua. A grande fala do povo é que é um absurdo ter dinheiro para Copa e não para a educação”, comenta Suzana Gutierrez, uma das coordenadoras do Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe).

As redes estadual e municipal de ensino reivindicam reajuste salarial de 20%, redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais e um terço da carga horária para o planejamento de aula. 

 Os professores planejam receber a Seleção Brasileira de futebol, no aeroporto do Galeão, na próxima segunda-feira (26), e acompanhá-los até Teresópolis, onde eles serão recebidos na Granja do Comary. Segundo Suzana, a ideia veio dos professores de Teresópolis. No próximo sábado está marcado um “rolezinho” no Norte Shopping e, no domingo, um aulão na Ilha do Governador.

 No dia 28, acontece uma manifestação, na frente da prefeitura do Rio, na Cidade Nova. "Temos uma audiência com a Secretaria de Educação, mas só alguns professores serão recebidos, então faremos uma vigília na porta da prefeitura", explica Suzana. No dia 30, acontece uma nova assembleia com a categoria.

 "No dia 9 de maio, mais uma vez houve negativas para nossas solicitações, garantindo que não havia verbas até 2018", explica Suzana. "Se o governo diz que não tem dinheiro, ele deveria ter o estudo do impacto, ele tem que provar isso, por isso continuamos exigindo o detalhamento das planilhas”, completa.

 Suzana questiona o argumento do governo de falta de verba. “Esse ano a prefeitura teve aumento de 10% na sua receita correntista. Isso pode parecer pouco, mas é aumento em cima de milhões. Não há mais desculpas para não dar aumento”, critica.

 “Eles não querem negociar” diz Sindicato dos Vigilantes sobre sindicato patronal

 O Sindicato dos Vigilantes do Rio de Janeiro (Sindivig) realizou hoje (22) uma passeata no Centro do Rio. Eles deveriam ter tido uma audiência com o Sindicato das Empresas de Segurança Privada (Sindesp) no Ministério Público do Trabalho, mas o sindicato patronal não compareceu.

“Agora, o Ministério Público do Trabalho vai fazer uma recomendação para que os sindicatos se reúnam novamente, principalmente o sindicato patronal. Nós, os trabalhadores,estamos sempre dispostos a negociar”, afirma Bruno Maciel, assessor de imprensa do Sindivig.

 Ainda segundo Bruno, cerca de 400 vigilantes se reuniram e se mantiveram a favor da continuidade da greve. O Sindesp firmou acordo com sindicato de quatro cidades, mas os municípios de Angra dos Reis, de Macaé, Campos, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Rio não aceitaram o acordo. Segundo Bruno, nem todos os sindicatos estavam presentes na reunião na qual foi realizado o acordo. 

A Secretaria Estadual de Educação informou, em nota, que apenas 246 de 75 mil professores faltaram hoje. Segundo a secretaria, o Sepe se recusou a negociar, “ausentando-se, inclusive, da audiência marcada pelo ministro Luiz Fux [do Supremo Tribunal Federal] e de outras reuniões do grupo de trabalho”.

A Secretaria Municipal de Educação também respondeu, em nota, que apenas 67 professores faltaram hoje, e ressaltou que todos os docentes que não apresentarem justificativa para a ausência terão os dias de falta descontados do salário.

Com Agência Brasil