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Greve na educação: 11 mil alunos da rede estadual seguem sem aulas

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A greve dos profissionais da educação das redes municipal e estadual caminha sem negociações. Segundo a coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Suzana Gutierres, “o governo não anunciou audiências para negociar o fim das paralisações”. Os grevistas pedem que as negociações acordadas durante a última paralisação, que durou 70 dias, sejam cumpridas. Entre as reivindicações da categoria estão a eleição para diretor de escola, reajuste e equivalência salarial, 1/3 da carga horária para atividades complementares, redução da carga horário e enquadramento por formação para funcionários administrativos.

Suzana afirma que a adesão à greve é de 60% nas redes de ensino municipal e estadual. “Nós lamentamos profundamente a postura do governo diante dessa situação. O governo não negociou com a gente e nem agendou uma conversa para resolver essa questão”, relata a coordenadora do Sindicato.

Nessa quarta-feira (21) acontecerá um ato conjunto às 13h30, na Praça XV. O ato unirá profissionais das redes municipal, estadual e servidores da cultura. Às 16h, o grupo seguirá em caminhada para a Alerj. De lá, os manifestantes seguirão até a Candelária. O ato terminará na Cinelândia. “Esperamos que, com o ato de amanhã, como vai ser um ato conjunto, o governo nos procure para conversar. Precisamos solucionar essa situação”, finaliza Suzana.

Secretaria de Estado de Educação

Procurada, a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) se manifestou em nota oficial. Segundo o texto, na tarde desta terça-feira (20), “apenas 239 docentes, de um total de 75 mil, faltaram. A Seeduc ressalta que nenhuma escola da rede deixou de funcionar”.

A nota diz que “o Sepe se recusou a negociar, ausentando-se, inclusive, da audiência marcada pelo ministro Luiz Fux e de outras reuniões do GT”. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, marcou para esta terça-feira agendou a reunião em Brasília com representantes do Sepe e dos governos municipal e estadual para discutir a paralisação. Contudo, segundo Suzana, o sindicato não comparecereu porque não foi oficialmente notificado. Segundo a Secretaria, o secretário de Estado de Educação, o secretário chefe da Casa Civil, o subprocurador-geral do Estado e representantes do Ministério Público do RJ participaram compareceram à reunião.

A nota afirma que, “durante o encontro, o ministro ratificou que a Seeduc está cumprindo o que foi acordado na audiência de conciliação realizada em outubro de 2013, no STF, que encerrou a greve daquele período. Também autorizou o Estado a aplicar as sanções administrativas cabíveis, tais como: falta e desconto salarial dos dias paralisados”.  O texto confirma que, “na rede estadual, o ponto dos professores da rede estadual de ensino, que faltarem a partir desta quarta (14/05), será cortado”.

A Secretaria diz que "o sindicato provou, mais uma vez, que não tem interesse em negociar. A ausência do Sepe demonstra desrespeito com os professores e, principalmente, com os alunos que são os maiores prejudicados com a greve”.

A Seeduc informou que cerca de 11 mil alunos estão sem aulas na rede estadual. Sobre a reposição das aulas e a situação de alunos do último ano do Ensino Médio – que prestarão vestibular neste ano e estão com os conteúdos atrasados – a Secretaria afirmou que “Haverá reposição de conteúdos, Reforço Escolar e/ou aulas nos contraturnos, de acordo com as necessidades identificadas em cada unidade escolar”.

O Jornal do Brasil também procurou a Secretaria Municipal de Educação, mas, até o fechamento dessa reportagem, não recebeu retorno.

* Do Programa de Estágio do Jornal do Brasil