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Em meio a denúncias de corrupção, professores cobram respeito e transparência

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"Os governos do estado e do município estão constantemente envolvidos em escândalos e corrupção. Mas, para os professores, falta vontade política para reajuste salarial. Sabemos que o governo tem condições de dar aumento, mas enquanto gasta bilhões com a Copa e Olimpíadas, estamos sem proposta", comenta Marta Moraes, coordenadora do Sindicato dos Profissionais de Ensino (Sepe). Outra representante do Sepe foi mais além: "Falta transparência na prefeitura. Durante toda a trajetória do Sepe lutamos para que a verba da educação fosse aplicada exclusivamente na educação publica, por isso estamos sempre solicitando a prestação de contas", disse Gesa Linhares, outra coordenadora do sindicato.

As declarações foram dadas após vir à tona reportagem da ESPN dando conta das ligações entre a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e o pai do prefeito Eduardo Paes, Valmar Paes. De acordo com a reportagem, os gastos da confederação com "assessoria jurídica", teriam aumentado mais de 635% pós-2011, quando R$ 562.000,00 (quinhentos e sessenta e dois mil reais) foram pagos como "assessoria jurídica". Ainda de acordo com a reportagem, no ano seguinte, a despesa pulou para R$ 4.130.000,00 (quatro milhões, cento e trinta mil reais). O beneficiário dos pagamentos foi o Escritório de Advocacia Valmar Paes, do pai do prefeito do Rio.

“Nós esperamos que o prefeito venha negociar para que possamos apresentar nossa proposta. Queremos saber do prefeito, se ele acha que os nossos alunos valem menos, por exemplo, que o lixo?", questionou, referindo-se ao recente aumento dado aos garis. "Ele fez o que era certo com os garis, e queremos o mesmo”, comenta a professora. 

>>Garis ganham aumento, professores nem são recebidos

Tanto na rede estadual e na municipal, é pedido 20% de reajuste. Segundo Gesa, foi entregue paraBomeny, secretaria de educação a proposta com antecedência para obter uma resposta preparada e consistente, o que não aconteceu "O que queríamos na audiência que tivemos semana passada é que, se houvesse uma resposta negativa para o aumento, fosse apresentado a prestação de contas detalhada de como a verba da educação é aplicada e explicasse o porque de não poder dar o aumento. A secretária não disse o percentual que poderia dar, o prefeito não foi na reunião e não tinha números e detalhamento dos gastos”, explica Gesa.

Ela ainda lembra que uma das maiores lutas do sindicato é o uso exclusivo da verba da educação com a educação pública. “A categoria já reiterou que é contra os contratos com diversas entidades publico-privadas, que acaba fazendo com que a verba da educação pública seja realocado para esses serviços prestados por essas ONGs”, completa. .