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Tiroteio deixa um morto e um ferido na Rocinha, Zona Sul do Rio

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Durante um intenso tiroteio na noite desta quinta-feira (1), na Rocinha, Zona Sul do Rio, uma pessoa morreu e outra ficou ferida gravemente. De acordo com a Polícia Civil, os feridos foram encaminhados ao Hospital Miguel Couto, no Leblon, mas um deles não resistiu e já chegou morto. 

O tiroteio começou depois que uma equipe da PM foi surpreendida por criminosos durante patrulhamento de rotina na Rua 2. Após buscas da PM realizadas na madrugada, um jovem de 20 anos, contra o qual havia um mandado de prisão, foi detido. O policiamento foi reforçado na comunidade.

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O homem que morreu foi identificado com Fernando dos Santos, de 24 anos. A mãe de Fernando teria admitido que ele trabalha para traficantes da região como "olheiro". Contudo, ela nega que ele estivesse armado no momento do confronto.

Foram apreendidos no local uma pistola Jericho 9 milímetros, 278 papelotes de cocaína, 214 sacolés de maconha, 13 munições e um rádio transmissor. O caso foi registrado na 14ª DP. O policiamento é mantido reforçado na comunidade.

Após a noite violenta, o clima é de aparente tranquilidade nesta sexta-feira, na Rocinha. Contudo, os tiroteios têm sido constantes na comunidade, causando pânico entre moradores. Em abril, um PM foi baleado. Em março, um carro da PM foi atacado por criminosos. Ainda no início deste ano, um confronto entre policiais e traficantes  deixou quatro policiais feridos, entre eles o comandante das UPPs, coronel Frederico Caldas, e a comandante da UPP da Rocinha, major Priscilla Azevedo. Além desses episódios, desde o ano passado a polícia investiga o caso do desaparecimento do pedreiro Amarildo, que sumiu após uma averiguação de policiais da UPP. O caso gerou muitos protestos na Rocinha mas, até hoje, seu corpo não foi encontrado.

Na manhã de quinta-feira, no Complexo de Favelas do Alemão, outra região que conta com unidades de Polícia Pacificadora, um policial militar foi baleado no rosto, mas está fora de perigo. O militar foi ferido por volta das 8h30, quando uma equipe da UPP Alemão fazia patrulhamento no local conhecido como Largo do Mineiro e foi emboscada. Essa tem sido a tática usada pelos traficantes: se proteger nos becos e vielas, aproveitando a geografia das comunidades, para atirar contra a patrulha e fugir.

Ainda na quinta-feira, o governador Luiz Fernando Pezão defendeu  punições mais severas para quem matar policiais. Ele disse que pretende levar a proposta ao Congresso Nacional. "Temos que discutir isso em nível nacional, fazer uma emenda constitucional ou o que precisar ser feito dentro da nossa Constituição. Quem mata policial tem que ter pena dobrada, as pessoas têm que temer isso. Vou dedicar o meu tempo nesses oito meses [de mandato] para levar esse debate ao Congresso Nacional, já falei isso com o ministro [da Justiça] José Eduardo Cardozo".

Para o secretário de Seguranca Pública do Rio, José Mariano Beltrame, quem atira em policial deve ser levado para presídios federais. "Os policiais estão sendo mortos pelas costas. Esses policiais estão combatendo a tirania. Não são policiais que estão nas ruas patrulhando normalmente, como se patrulha em qualquer lugar do mundo. São policiais que estão patrulhando em lugares que nunca foram patrulhados. Eu conto com a sensibilidade do governo federal para que essas pessoas que mataram policiais saiam dessa cidade, principalmente dessas áreas onde se posicionam de maneira prevalecida", disse.

Com Agência Brasil