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Rio: ação para desocupação tem confronto, prédio e carros incendiados

Cerca de 1.600 policiais trabalharam na ação. Ônibus foram queimados e gás lacrimogêneo lançado.

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Desde as 4h45 da madrugada desta sexta-feira (11), policiais militares fazem operação de reintegração de posse de um terreno pertencente à empresa Oi, no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio de Janeiro, respaldados por decisão judicial. O local, conhecido como Favelinha da Telerj, foi ocupado no dia 31 de março por cerca de 6 mil pessoas, a maioria fugindo da alta dos aluguéis. Segundo a polícia, o local já foi desocupado.

Pouco depois das 6h30, os moradores ofereceram resistência e o clima ficou tenso na região. O confronto se acirrou após uma das lideranças dos manifestantes ser presa. Policiais jogaram gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral para dispersar o grupo. Quatro ônibus, dois caminhões e um carro da polícia foram incendiados. Barricadas foram construídas e pneus foram queimados. Algumas pessoas jogaram pedras na polícia.

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Duas crianças e cinco policiais foram feridos. Moradores denunciaram truculência policial e afirmaram que três crianças teriam sido mortas. A polícia não confirma as informações. Um repórter foi detido e outros agredidos fisicamente e verbalmente por policiais. Um carro de uma emissora de televisão foi parcialmente destruído a pedradas.

Por volta das 7h20, o prédio principal do terreno começou a pegar fogo, mas o foco foi controlado cerca de 20 minutos depois. Um novo incêndio, muito expressivo, pôde ser visto no terreno por volta das 10h.

O comércio ainda está fechado, assim como a Avenida Dom Hélder Câmara. O tráfego é muito intenso nos arredores.

Prefeito cancela agenda

A assessoria do prefeito Eduardo Paes (PMDB) informou que o político cancelou a sua agenda na parte da manhã e convocou uma reunião interna no gabinete da prefeitura. O prefeito iria participar de uma inauguração de um Centro de Atenção Psicossocial em Bonsucesso, voltado para o atendimento da população do Complexo da Maré, ocupado recentemente por forças de segurança.

Não há informações sobre os participantes da reunião de emergência convocada por Paes.

Ocupação

A grande maioria das pessoas que ocupam o prédio decidiu invadir o imóvel para fugir da alta dos aluguéis, que teria disparado nas comunidades, principalmente depois dos processos de pacificação. "O objetivo de todos é a moradia, porque nós não estamos em nenhum projeto social  do governo. Eu precisei sair da minha comunidade, o Jacarezinho, porque o aluguel ficou muito puxado. Eu ganho R$ 700 e pago R$ 400 de aluguel. O resto dá para comer o mínimo", disse o mecânico Adriano Rodrigues de Oliveira, no último dia 8.

Na tarde de terça-feira uma reunião entre a juíza responsável pelo caso, oficiais da Polícia Militar, representantes da Defensoria Pública, da prefeitura e dos moradores da área ocupada foi feita, mas terminou sem acordo.

Com Portal Terra e Agência Brasil