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Moradores da Rocinha fazem manifestação contra morte de jovem

Gleiciane Oliveira da Silva foi encontrada morta na comunidade, na quarta-feira

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Moradores da Rocinha, na Zona Sul do Rio, fizeram uma manifestação, no final da tarde desta quinta-feira, por causa do assassinato de Francisca Gleiciane Oliveira da Silva, de 18 anos, encontrada morta na comunidade, na quarta-feira (5). 

Eles não se conformam com a morte da jovem Gleiciane e foram às ruas pedindo paz. A maior reivindicação é segurança e políticas públicas voltadas para a comunidade, que vem sofrendo muito nos últimos anos com o aumento da violência. Em menos de 1 ano foram dois estupros seguidos de morte com muita crueldade, além da morte do pedreiro Amarildo e do morador Edilson. 

Os tiroteios, balas perdidas e assaltos são constantes e a insatisfação com a Unidade de Polícia Pacificadora só aumenta.

O protesto teve muita comoção, quando foram atiradas pétalas de rosas de cima da passarela da comunidade. Os cartazes pediam paz e justiça: "Somos 200 mil querendo Paz e Justiça". A oração do Pai nosso encerrou o fechamento da Autoestrada-Lagoa-Barra, e o protesto seguiu pelas ruas da Rocinha. 

Durante o protesto alguns moradores criticaram a presença da UPP e da delegacia na favela e xingaram o governador Sérgio Cabral pela decepção com a paz que foi prometida e que se tornou mais uma maquiagem de seu governo. Pedimos justiça e paz para Rocinha e que Deus possa receber essa jovem e possa oferecer conforto para essa família e para toda a comunidade que está amedrontada com a onda de violência. 

O enterro de Gleice também teve clima de comoção na tarde desta quinta. No cemitério São João Batista, em Botafogo, amigos e familiares disseram que a jovem de 18 anos queria ir ao Nordeste visitar a família e, na volta, arrumar um trabalho para sustentar o filho, de 2 anos.

Gleice foi vítima de abuso sexual antes de ser morta. Ela foi encontrada nua e amarrada dentro do banheiro de um bar na Estrada da Gávea, localizado na favela. Gleice estava desaparecida desde a noite de segunda-feira de carnaval (3), quando saiu para encontrar um amigo. Os dois iriam a uma casa noturna na Rocinha.

O velório de Gleice foi realizado na manhã desta quinta em uma capela dentro da comunidade.