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Professores da rede pública fazem passeata no Centro do Rio

Categoria reivindica pontos acordados na greve do ano passado, ainda sem solução

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O ano letivo nas escolas públicas já começou, e com ele as paralisações dos professores das redes municipal e estadual também retornaram. Cerca de 100 profissionais da educação, entre professores e merendeiras, se reuniram na tarde desta segunda-feira (24), na prefeitura do Rio, no Centro da capital fluminense, para reivindicar pontos da greve de 2013 já acordados com a prefeitura, mas que ainda não entraram em vigor, e apontar novos problemas na categoria.

Entre as principais reivindicações está 1/3 do planejamento das atividades do município, que estava previsto para ser definido durante as reuniões do grupo de trabalho (GT), entre os representantes do Sindicato dos Profissionais da Educação (SEPE) e membros da prefeitura. Com o encontro desta segunda, foram somadas sete reuniões. Reuniões estas que estavam previstas no acordo do fim da greve do ano passado.

Entre os membros da comissão que acompanharam o GT de hoje, estava a coordenadora do Sepe, Suzana Gutierrez. Para ela, o encontro não apresentou nenhum avanço desde sua primeira reunião. “Há muito tempo a gente vem questionando a informalidade desses GTs, inclusive, já procuramos o Ministério Público para questioná-los. O governo diz que não tem condições de aplicar esse 1/3 de atividades extraclasse para 2014, jogando tudo para o ano seguinte. Nossa cobrança é para que o cronograma seja seguido, além de exigirmos, mais uma vez, que a prefeitura abra orçamento para a educação. Alegam que não há verba, mas dados públicos disponíveis na internet comprovam que existe verba para o setor”, explicou.

De acordo com a sindicalista, a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, não pôde receber a comissão do Sepe, pois estava de férias. Portanto, o subsecretário de Gestão de Pessoas, Paulo Figueiredo, teve que receber o grupo. Na reunião foi agendado um novo encontro para o dia 24 de março, com o subsecretário e o secretário da Casa Civil, Pedro Paulo, a fim de ouvir as reivindicações da categoria.

Após a insatisfação com o resultado da GT de hoje, o grupo de manifestantes pegou o metrô na estação Cidade Nova e marcou um novo encontro na Candelária. Lá, os professores decidiram seguir, em passeata, da Avenida Rio Branco até a Cinelândia. Como o trânsito no Centro do Rio foi alterado, por conta das obras, os manifestantes tiveram que escolher em qual das vias de acesso à Avenida circulariam. Pela direita, que possui três faixas e poderia causar um congestionamento no trânsito da Avenida Presidente Vargas, e consequentemente Tijuca, ou, o acesso pela esquerda, que possui duas faixas, e menor circulação de veículos. Um agente da CET-Rio, inclusive, sugeriu que o grupo seguisse pela via da esquerda, a fim de diminuir os impactos no trânsito, mas uma breve reunião com os líderes do movimento decidiu pelo acesso da direita, sentido Cinelândia.

Ao ser questionada sobre o protesto atrapalhar o trânsito, e consequentemente a circulação da população que apoia a categoria, a coordenadora do Sepe, Márcia Moraes, disse que essa era uma situação inevitável no protesto. “Toda vez que tem passeata, não tem jeito, acaba atrapalhando o trânsito. Mesmo se a gente fosse na contramão da Avenida, também atrapalharia o tráfego. Se fossemos pela contramão não teríamos visibilidade nenhuma. Nossa passeata não vai ser grande, vamos demorar no máximo 40 minutos para atravessar a Avenida, então não vai atrapalhar os trabalhadores”, disse.

De acordo com o comandante da PM, Major Maforte, 40 homens do 4° Batalhão da Polícia Militar, de São Cristóvão, e 60 homens do Batalhão de Grandes Eventos, escoltaram os professores durante a passeata. Número, inclusive, questionado pelos manifestantes, visto que a quantidade de profissionais era quase a mesma que de policiais.

O protesto ocorreu de forma pacífica e com clima de carnaval. Enquanto percorriam a Avenida Rio Branco, professores cantaram paródias de marchinhas de carnaval, como: “Se a educação não melhorar, olê olê olá, o Rio vai parar”. Além de hinos provocativos contra o prefeito Eduardo Paes e o governador Sérgio Cabral: “Educação na rua, prefeito a culpa é sua”.

De acordo com o Sepe, a próxima reunião da categoria será uma assembleia marcada para o dia 15 de março, às 14h30. O local ainda não está definido. O próximo encontro do GT está marcado para o dia 25 de março.

*Do projeto de estágio do Jornal do Brasil