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Morte de cinegrafista da Band repercute na imprensa internacional

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A morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, atingido por um rojão enquanto cobria um protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Rio, na quinta-feira, repercutiu na imprensa internacional. O site do The Wall Street Journal destacou que a morte do jornalista levanta preocupações sobre a segurança na Copa do Mundo deste ano, realizada no País.

O jornal conversou ainda com o editor da TV Bandeirantes Marcos Almeida, que trabalhou com o cinegrafista por seis anos. "Ele era muito cuidadoso e calmo, especialmente quando as situações se tornavam complicadas", disse o colega.

O site da rede de TV britânica BBC, que tinha um repórter cobrindo a manifestação na Central do Brasil, relembrou os protestos semelhantes do ano passado, que "se transformaram em um movimento nacional contra a corrupção e o excesso de gastos antes da Copa do Mundo, que o Brasil sediará em junho e julho".

O blog The Lede, do jornal americano The New York Times, reuniu diversas imagens e tweets do protesto, que mostram o momento em que Santiago foi atingido pelo rojão. A agência de notícias AP destaca que vídeos feitos no momento do ataque parecem mostrar que o artefato foi aceso por um manifestante, e não pela polícia.

Santiago foi atingido na cabeça por um rojão durante a cobertura de um protesto contra o aumento do preço do ônibus no Centro do Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro. Além dele, outras seis pessoas ficaram feridas na mesma manifestação. 

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o cinegrafista chegou em coma ao hospital municipal Souza Aguiar. Ele sofreu afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e passou por cirurgia no setor de neurologia. A morte encefálica foi informada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no início da tarde desta segunda, após ser diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do hospital, onde ficou internado no Centro de Terapia Intensiva desde a noite do dia 6.

O tatuador Fábio Raposo confessou à polícia ter participado da explosão do rojão que atingiu Santiago. Ele foi preso na manhã de domingo em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão.

De acordo com o delegado, Fábio está colaborando com as investigações, mas ainda não é possível afirmar se ele entrará no programa de delação premiada. A defesa do rapaz e a polícia estão em negociação, para que o tatuador possa colaborar ainda mais com a investigação.

Fábio afirmou à polícia não saber o nome do segundo suspeito de participar da explosão que resultou na morte do cinegrafista. Segundo o advogado do jovem, Jonas Tadeu, seu cliente realmente não sabe o nome do homem apontado como o principal suspeito de ter acionado o explosivo que atingiu Santiago. Eles seriam apenas conhecidos de manifestações anteriores, já que Fábio era assíduo frequentador de protestos populares no Rio.