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Morre cinegrafista atingido por rojão durante protesto no Rio

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O cinegrafista Santiago Andrade, de 49 anos, teve morte cerebral nesta segunda-feira (10), após ter sido atingido na cabeça por um rojão durante protesto no Centro do Rio, na quinta-feira (6), contra o aumento das passagens de ônibus. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde. 

Santiago, que teve afundamento do crânio e perdeu parte da orelha esquerda, foi submetido a uma cirurgia para diminuir a pressão craniana, assim que chegou ao Hospital Souza Aguiar. No sábado, uma tomografia comprovou que a hemorragia havia sido controlada, mas o estado de saúde do cinegrafista piorou.

Santiago tinha mais de 20 anos de profissão e  trabalhava há 10 anos na Rede Bandeirantes. Ele era casado e tinha quatro filhos.

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Através de imagens do momento em que o cinegrafista foi atingido pelo rojão, foi identificado o tatuador Fábio Raposo como o homem que entregou o artefato para o suspeito de acende-lo rojão. Ele se apresentou na 17ª DP (São Cristovão) no sábado (8) e confirmou à polícia ter passado o rojão, mas destacou que não conhecia o suspeito de lançá-lo.

Fábio Raposo foi detido em casa no domingo, após ter o mandado de prisão expedido pela Justiça do Rio. Ele foi levado para a cadeia pública de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. 

Santiago Andrade

Carioca de Copacabana, Santiago trabalhava havia 10 anos na Band, tendo recebido dois prêmios jornalísticos de Mobilidade Urbana, em 2010 e 2012, ao lado do repórter Alexandre Tortoriello. Participou de diversas coberturas sobre protestos e estava escalado para participar da cobertura jornalística da Copa do Mundo este ano.

O cinegrafista também atuou na área de cultura. Em 2012 e 2013, foi convidado para fazer reportagens, ao lado da repórter Camila Grecco, sobre o carnaval de San Luiz, na Argentina.

Casado, Santiago Ilídio Andrade deixa uma filha e três enteados.