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MPF denuncia quadrilhas que exploravam máquinas de caça-níqueis

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O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro denunciou 20 pessoas que integravam duas organizações criminosas que atuavam na exploração ilegal de caça-níqueis em Valença, no Sul Fluminense. Alguns dos denunciados foram presos pela Polícia Federal na Operação Arataca, deflagrada no dia 14 de janeiro, quando foram apreendidos cerca de R$ 350 mil, além de armas e máquinas de caça-níqueis nas cidades de Valença, Barra do Piraí e Volta Redonda. 

Os acusados foram denunciados pelos crimes de organização criminosa, contrabando, corrupção ativa e passiva, peculato, violação de sigilo funcional, uso de documento falso e facilitação ao contrabando e descaminho. As duas denúncias foram oferecidas à 4ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro pelo procurador da República Carlos Alberto Aguiar.

As investigações iniciaram-se em meados de 2011 após a Justiça Federal autorizar interceptações telefônicas dos envolvidos que ajudaram a identificar dois grupos diferentes atuando na exploração clandestina de máquinas de caça-níqueis na região. Em umas das denúncias, a organização era chefiada por Ary José da Silva Leal e seus filhos Gustavo Correa Leal e Felipe Correa Leal. Os irmãos repassavam uma parte dos lucros ao bicheiro Lair Jorge Thomé por permitir a exploração de máquinas na região de Valença.

Também integravam o esquema dois policiais militares, Julian Quintanilha e Walace Miquilini, e um servidor administrativo da polícia civil, João Carlos Dias da Silva. Eles permitiam a exploração das Máquinas Eletronicamente Programáveis (MEPs) em troca de vantagens financeiras. A exploração destas máquinas é proibida, por serem feitas com peças de importação ilegal para jogo de azar, e caracteriza crime equiparado a contrabando.

Na segunda denúncia, a quadrilha - que rivalizava com o esquema mantido por Ary, Gustavo e Felipe - era comandada por Marcelo Rodrigues Moreira. Era ele quem definia as ações do esquema, administrando pessoalmente as atividades ilícitas com poderes plenos para escolher os pontos de instalação, adquirir equipamentos para montar as máquinas, realizar contatos com fornecedores, entre outras. Marcelo era auxiliado por Sloan de Oliveira Silva, vulgo Luan, que foi preso em flagrante no curso das investigações, em agosto de 2012.

"Infelizmente os esquemas só funcionaram por tanto tempo graças ao elevado nível de corrupção na região" afirma o procurador da República Carlos Aguiar.