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Garotinho revela novos materiais sobre 'farsa' montada por mídia e partidos

Em segundo vídeo, Anderson diz que delegado tentou forjar seu depoimento a favor de deputados do Rio

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O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) deu prosseguimento à divulgação iniciada ontem em seu blog, para revelar uma fraude que teria sido montada para incriminar o Partido Republicano de pagar manifestantes para participar de protestos como o Ocupa Cabral. No vídeo publicado nesta terça-feira (07/01), o rapaz que teria sido infiltrado no partido de Garotinho pelo trio PT-PMDB-Globo, o Anderson, fala sobre a intimidação que diz ter sofrido por parte da Polícia Civil do Rio de Janeiro para não falar do presidente da Alerj, Paulo Melo (PMDB), e do líder do PT na Assembleia, André Ceciliano, quando foi intimado a depor, e apenas repetir o que havia sido publicado pelo jornal O Globo em novembro de 2013. A publicação no Blog do Garotinho também conta com dois áudios que seriam de conversas entre Anderson e André Ceciliano. 

>> Garotinho denuncia 'farsa' montada por PMDB, PT e Globo 

Nesta terça-feira (07/01), a deputada estadual Clarissa Garotinho (PR-RJ) declarou, por meio de sua assessoria de imprensa, que vai entrar com uma representação contra os deputados Paulo Melo e André Ceciliano na Corregedoria da Alerj por quebra de decoro. O vídeo divulgado ontem no Blog do Garotinho mostrava Anderson dizendo que foi pago pelos deputados para fraudar provas contra a parlamentar e prejudicar o deputado federal Anthony Garotinho, que lidera as pesquisas para o governo do Estado do Rio. O objetivo da armação, para a deputada, era insinuar que a série de manifestações eram orquestradas pelo Partido da República para desestabilizar o governo Cabral.

"Todos já sabíamos que se tratava de uma armação do PMDB, a novidade é que foi uma armação conjunta patrocinada pela aliança que governa o Rio, PMDB-PT. Logo após o recesso, quando os trabalhos da corregedoria se reiniciam, vou representar contra o presidente da Alerj, Paulo Melo e o líder do PT, André Ceciliano, por quebra de decoro", disse Clarissa.

Em um dos arquivos de áudio disponibilizados no Blog de Garotinho nesta terça-feira, Anderson dá a entender que teria o registro de conversas no Partido Republicano que explicariam o "quebra-quebra", as manifestações, que aconteciam na cidade. Seu interlocutor, que seria o deputado estadual André Ceciliano, diz que o combinado era ter alguma coisa importante sobre as "duas pessoas". Anderson, então, diz que poderia conversar com o jornalista para explicar sobre o material que coletou. 

Em nota enviada pela sua assessoria de imprensa ao JB, Ceciliano declara que "como os próprios deputados Clarissa Garotinho e Geraldo Pudim afirmaram, Anderson Harry é um bandido que procura as pessoas oferecendo serviços em troca de vantagens financeiras". De acordo com o líder do PT na Assembleia, os dois se conheceram em sua campanha a prefeito de Japeri, e, a partir desse contato, Anderson teria procurado Ceciliano "insistentemente" para oferecer material em troca de dinheiro ou cargo. Anderson dizia, ressalta o deputado, que o material poderia provar "que o PR de Garotinho estaria por trás de algumas das manifestações como o Ocupa Cabral e Ocupa Câmara". 

"Nunca prometi nada em troca dessas supostas provas que só vi quando publicadas pela mídia. Como não conseguiu a recompensa que queria, [Anderson] foi procurá-la ao lado de quem antes queria denunciar", conclui Ceciliano na nota de esclarecimento. 

O deputado também destaca que, no dia 21 de novembro, Anderson publicou uma declaração na fanpage de seu blog Alerta Queimados, "que é auto-explicativo". A publicação, intitulada Nota de Esclarecimento, diz: "Eu, Anderson Harry Grutzmacher, venho por meio desta esclarecer que todas as gravações feiras no Partido da República foram matérias jornalísticas, não existia cunho político. Esclareço também que em 2012 trabalhei para André Ceciliano em sua campanha em Japeri. Desde lá, não mantenho mais contato com o mesmo, não tenho contato nem vínculo algum com o deputado Paulo Melo. Todas as acusações que dão conta disso são infundadas, querem denegrir minha imagem perante a opinião. O Partido da República deveria se preocupar em esclarecer as gravações e não atacar como instrumento de defesa".

O JB entrou em contato com as assessorias da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, do jornal O Globo, e do presidente da Alerj, Paulo Melo, mas não recebeu retorno até o fechamento desta matéria.

"No depoimento abaixo, Anderson relata o constrangimento, as ameaças e até a tortura psicológica que sofreu numa delegacia do Rio de Janeiro, quando chegou a ser colocado nu. O objetivo era intimidá-lo para não contar no depoimento que trabalhava para André Ceciliano e o presidente da Alerj, deputado P.M. Vale ressaltar que o Globo mentiu ao publicar a matéria dizendo que um inquérito tinha sido aberto para investigar o caso. Na verdade o inquérito só foi aberto após a publicação da reportagem-farsa combinada entre André Ceciliano, P.M., e o Globo", diz Garotinho no blog.

No vídeo, Anderson conta sua versão do que aconteceu quando a matéria do O Globo foi publicada, em novembro. Ele diz que no mesmo dia foi intimado a comparecer na delegacia no dia 11 de novembro e que uma viatura foi buscá-lo para a "chefia de polícia". Quando chegou, diz que foi trancado em uma sala por três horas e, quando o delegado apareceu, foi intimidado para repetir a versão do jornal. Um policial teria falado : "não era isso que eu queria escutar". "Você vai para casa, pensa direito, depois você vai ser intimado de novo", teria dito um policial a Anderson. Na última quarta-feira. Anderson diz que foi chamado à delegacia novamente, quando foi deixado nu pelos policiais. De acordo com ele, sua declaração não foi registrada.