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Pai da menina que caiu no Galeão afirma que guarda-corpo estava sem vidro

Com o vidro, o espaço entre a escada rolante e o guarda-corpo é inferior a um palmo

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O pai da menina argentina de 3 anos, que caiu de uma altura de sete metros no segundo andar do Terminal 2 do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, por volta das 17h de sábado (4), afirmou neste domingo (5) que o guarda-corpo onde a menina estava - que fica abaixo do corrimão e ao lado da escada rolante - estaria sem o vidro de proteção. Na tarde deste domingo, o vidro estava no local.

Apesar do relato de Marcelo Alejandro Palacios, a assessoria da Infraero nega que a proteção estava sem vidro. A assessoria da Polícia Civil não confirmou nem negou a informação. Apenas afirmou que ainda "aguarda o laudo pericial do local". As informações anteriores davam conta de que a queda ocorreu do vão entre o vidro do guarda-corpo e a escada rolante, um espaço com largura inferior a um palmo, o que favorece a versão do pai da criança por ser um espaço muito pequeno mesmo para uma criança de 3 anos.

A menina, Camila, está internada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a transferência para o CTI foi feita após os primeiros exames, realizados logo depois da chegada da menina ao hospital, acompanhada pelos pais. Ainda segundo a assessoria da SMS, a criança teve traumatismo craniano e na face. O estado dela ainda é grave, mas a criança teve leve melhora. A assessoria da Infraero também afirma que a sua equipe médica fez o atendimento da menina ainda no aeroporto, e a levou de ambulância até o hospital.

A Delegacia do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Dairj)já instaurou inquérito para apurar a queda da menina. Segundo a Polícia Civil, o inquérito apura crime de lesão corporal. A Polícia Civil já ouviu, ainda no sábado, os pais da criança. Alguns funcionários e o médico da Infraero que fez o atendimento ainda no aeroporto também foram ouvidos. Segundo a Polícia Civil, as investigações prosseguem, incluindo a análise das imagens das câmeras de segurança do aeroporto e com a procura de possíveis testemunhas que possam ajudar a esclarecer o caso. Os agentes da Dairj aguardam o resultado da perícia feita no local e o boletim de atendimento do Hospital Souza Aguiar.

Funcionários do aeroporto relataram o ocorrido. Uma delas, que trabalha em um café logo abaixo da escada rolante onde ocorreu o acidente, afirmou que viu a criança de ponta cabeça, com as pernas para cima, e depois ouviu um forte barulho, do impacto da menina ao chão. Outra funcionária do mesmo local, que estava no andar de cima, contou que a queda ocorreu durante uma brincadeira entre a menina e seus dois irmãos e que também ouviu um estrondo. "Parecia que uma mala enorme tinha caído lá de cima", aponta.

Ainda segundo a funcionária, após o impacto, a menina começou a sangrar muito pela cabeça, e muitas pessoas se reuniram em volta da vítima. Ela ainda conta que o socorro demorou a chegar, levando mais de 20 minutos. 

*Do programa de estágio do Jornal do Brasil