Reportagem do RJTV desta quarta-feira mostrou novos desdobramentos do caso Amarildo, além do "sadismo" já conhecido utilizado na morte do ajudante de pedreiro. O depoimento de um policial militar da UPP da Rocinha revelou que o major Edson Santos, ex-comandante da unidade, orientou a tropa a mentir sobre a morte de Amarildo.
O major teria mandado os subordinados a dizerem que o ajudante de pedreiro tinha sido levado para a base da UPP e liberado pelo próprio comandante, depois de uma averiguação. De acordo com o relato do PM, os policiais deveriam afirmar também que Amarildo teria usado uma escadaria da comunidade para ir embora.
Segundo a testemunha, no dia seguinte ao sumiço de Amarildo, uma segunda-feira, PMs limparam a área onde ocorreu a tortura. E na terça-feira, eles jogaram óleo no chão para tentar encobrir vestígios de sangue. Ainda de acordo com o PM, dias mais tarde, o ex-subcomandante da UPP, tenente Luís Felipe Medeiros, ordenou a instalação de uma porta nessa área, que foi transformada num depósito de entulho e móveis.
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O local só foi periciado três meses depois, na última segunda-feira (14), poucas horas após o fim do depoimento da testemunha. Amostras do material já estão sendo analisadas. Os peritos acreditam que pode ser sangue.