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Empresário que fugiu com filho diz que intenção era protegê-lo

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O empresário Ricardo Tannus Nessimian, procurando pela Justiça do Rio por ter desaparecido com o filho de 6 anos, entrou em contato com o Jornal do Brasil nesta segunda-feira (2/9) para rebater as denúncias feitas pela mãe da criança, Michele Figueiredo e que o JB publicou no domingo (1/9). Segundo Ricardo, ele fugiu com o filho para “salvá-lo”, pois a criança estava "sofrendo abuso sexual na casa da mãe”. Ricardo disse que prefere “ser preso a ver o filho passar por uma situação de violência”. A advogada do empresário, Alexandra Ullmann, afirmou que vai apresentar, ainda nesta segunda-feira, documentos e laudos à Vara de Infância e Juventude de Madureira, comprovando a versão de Ricardo. Alexandra garantiu também que a criança será entregue à Justiça na terça-feira (3).

O menino F., de apenas 6 anos, está desaparecido desde o dia 18 de agosto, quando foi levado por Ricardo da casa de Michele, para a visitação de rotina. Michele registrou queixa contra o ex-companheiro na 30ª. DP (Marechal Hermes) e a Justiça do Rio já emitiu mandado de busca e apreensão contra o empresário. O poder familiar de Ricardo foi suspenso pela Vara da Infância e Juventude desde o dia 22 de agosto.

Ricardo disse ao JB que está “desesperado” e que “não vai desistir do filho”. O empresário contou que desde 2011, F. tem apresentado um comportamento diferente. Ricardo afirmou que levou o menino a uma psicóloga e a um médico, onde ficou constato em exames clínicos e psicológicos que a criança estava sendo molestada. “Vou apresentar documentos que vão comprovar tudo que estou afirmando. O meu filho estava sendo molestado e eu estou há dois anos tentando provar isso de forma jurídica, mas não consigo. Por isso tomei essa medida extrema de fugir”, contou ele. Ricardo esclareceu ainda que, desde que sumiu com F., não entrou mais em contato com Michele e a sua irmã esteve na escola o menino estuda para buscar um documento fornecido pela direção da instituição e não para tentar retirar o material escolar do menor, como Michele denunciou.  

“Nós estamos há muito tempo tentando resolver essa questão na Justiça e, ao mesmo tempo, tentando preservar a imagem dos menores envolvidos”, disse a advogada. Alexandra disse que entrou com medidas cautelares e vai pedir à juíza para F. ficar na guarda da “família extensiva”. “Vamos entregar o menino, mas o ideal é ele ficar com um parente, afastado da mãe e do pai até a situação ficar esclarecida, por uma medida de segurança para a criança”, ressaltou a advogada. 

A reportagem do JB tentou contato com a Vara da Infância e Juventude de Madureira, mas não obteve retorno. A mãe da criança, Michele Figueiredo, nega as acusações de Ricardo. "Não é a primeira vez que o Ricardo inventa essas mentiras. Eu tenho todos os documentos da Justiça que comprovam que o F. nunca passou por uma situação de violência, como ele está relatando. Ele está fazendo essas acusações para conseguir a guarda do meu filho, sem medir consequências", afirmou Michele. A mãe de F. contou também que o menino passou por uma consulta médica no dia 16 de agosto, um pouco antes de ser levado por Ricardo e o pediatra realizou uma pequena cirurgia de fimose. "O Ricardo aproveitou que o F. tinha passado pelo procedimento médico e levou o menino para fazer um laudo no Instituto Médico Legal, alegando abuso sexual. A minha advogada já está encaminhando o atestado do pediatra à Justiça, para esclarecer mais essa acusação absurda", contou a mãe do menor.