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Falcões ajudam a minimizar acidentes entre aves e aeronaves no Galeão

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A presença de aves nas proximidades dos aeroportos pode causar acidentes aéreos. Na maioria dos casos, os pássaros são atraídos pelo lixo acumulado e não descartado corretamente pelas comunidades vizinhas ao aeroporto. Para diminuir os riscos de acidentes, e melhorar a segurança, os aeroportos da Infraero têm um Plano de Manejo de Fauna, aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que contempla diversas técnicas para controle da fauna local. 

No Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Antonio Carlos Jobim (Galeão) – um dos cinco terminais que integram a Superintendência Regional da Infraero no estado - o manejo de fauna é realizado por meio de falcoaria, que utiliza falcões ou gaviões treinados para capturar e afugentar as demais aves. A ação envolve 12 aves de rapina que são monitoradas por dois biólogos e três falcoeiros, entre eles um veterinário.

As atividades do projeto de falcoaria no Galeão foram iniciadas no mês de maio por empresa contratada pela Infraero. No longo prazo, a utilização da falcoaria reduz a presença dos pássaros, tanto pela captura quanto pela mudança de comportamento das aves, que percebem gradualmente a presença de um predador. 

Os espécimes capturados são identificados, catalogados e transportados para uma área distante do aeroporto com características ambientais apropriadas para os mesmos. O processo, além de permitir o controle da avifauna no sítio aeroportuário de forma ambientalmente responsável, possibilita um monitoramento mais preciso das espécies de pássaros que habitam o entorno do aeroporto. 

A coordenadora do Meio Ambiente do Aeroporto do Galeão, Priscila da Silva Souza, disse que até o momento, já foi possível observar redução da presença de aves em certos pontos do aeroporto. “O trabalho é muito útil para garantir o bom andamento dos procedimentos de voo, garantindo a segurança das operações”. 

Além disso, são realizadas intervenções no ambiente de modo a tornar o aeroporto menos atrativo, eliminando poças d’água, fechando buracos em cercas e o uso fios tensionados, isto é, fios bem esticados presos em cada ponta de um corrimão ou muro, que fazem com que as aves não tenham estabilidade para pouso, sem machucá-las. 

Outros aeroportos

Nos demais aeroportos da Superintendência Regional Rio, o manejo de fauna é muito semelhante ao realizado no Galeão, com exceção da falcoaria. São adotadas medidas como captura de animais por armadilhas, enviando-os para outras áreas; vedação de edificações em desuso e aeronaves abandonadas; colocação de telas nos canais; remoção de árvores frutíferas (ou de seus frutos), além de ações de educação ambiental. 

Segundo o coordenador de Meio Ambiente da Regional Rio, Fued Abrão, a participação da comunidade é muito importante para o sucesso das medidas de manejo e para a diminuição dos riscos, pois os resíduos descartados de modo irregular podem atrair aves, como urubus e pombos. Ele ressalta, ainda, que é fundamental a atuação da administração pública municipal na manutenção das condições de saneamento dos bairros ao redor dos aeródromos.