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Governo e professores em greve não chegam a acordo

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Não houve acordo na reunião entre os professores em greve há 12 dias e o secretário estadual de Educação, Wilson Risolia. A Secretaria de Educação manteve-se irredutível quanto à reivindicação salarial dos profissionais, alegando que já concedeu o reajuste de 8%, acima da inflação e do piso nacional. Risolia também destacou que concedeu novos benefícios, como os auxílios alimentação, transporte e qualificação.

Para a categoria, o encontro seguiu sem avanços reais, apesar da retomada da discussão de alguns pontos pelo secretário. “A Secretaria garantiu a devolução dos descontos da paralisação feita em abril deste ano, o que já havia sido acordado em junho. Além disso, também assegurou o abono das faltas da greve de 2011, que foram repostas”, afirmou o coordenador geral do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Alex Trentino. Apesar disso, para o sindicalista, as iniciativas concedidas pelo governo após a reunião não passam de obrigações do Estado.

Além da questão salarial, a Seeduc afirmou que vai manter os descontos salariais e poderá iniciar o processo de demissão dos professores grevistas. Para reverter o quadro, a Secretaria solicitou que os 0,5% dos professores paralisados retomem as atividades, o que será discutido pelos profissionais em assembleia na próxima quarta-feira (21). 

Para o Sepe, o uso do código 30, que caracteriza falta não justificada, deve ser substituído pelo código 60, específico para greve. O coordenador do Sepe, Alex Trentino, afirma que a greve “foi anunciada com 48 horas de antecedência e decidida em assembleia soberana”.

Outro membro do Sepe, a coordenadora geral Martha Moraes afirma que as reivindicações da categoria são justas e a postura do governo, equivocada. “Esse tipo de posicionamento de corte de ponto é atitude extremamente autoritária, ditatorial, que não ajuda no processo de negociação”.

Protesto na casa de Cabral

Ainda hoje (19), cerca de 30 professores se reuniram em um protesto em frente à casa do governador do Estado, Sérgio Cabral, na Rua Aristides Espínola, no Leblon, Zona Sul carioca. O acesso foi fechado pela Polícia Militar, com grades na esquina da orla.

O destino da greve será decidido nesta quarta-feira (21), no Club Municipal, na Tijuca. Os professores irão avaliar as atuais propostas do governo e decidir se a greve será mantida ou suspensa.

*Do programa de estágio do Jornal do Brasil