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Nova diretoria do Sindicato dos Jornalistas repudia ataques a repórteres

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A diretoria eleita do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro divulgou nesta quinta-feira uma nota de repúdio contra as agressões sofridas pelos profissionais durante a cobertura dos protestos na cidade.

Veja a nota na íntegra:

Nota pública

Diretoria eleita do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro

Não podemos admitir que jornalistas atuantes na cobertura das manifestações populares por direitos se tornem alvo de qualquer grau de violência ou do cerceamento ao seu trabalho. Nem por agentes do Estado, nem por manifestantes. Mas não podemos admitir que, no afã de defender a nossa categoria, caiamos na armadilha de criminalizar os movimentos de protesto organizados por diferentes setores da população. Assim como os manifestantes não podem criminalizar jornalistas no intuito de lutar pela democratização da comunicação e contra o monopólio da mídia por alguns poucos grupos políticos e empresariais.

Assim como sem jornalismo ético e responsável não existe democracia, também não existe democracia sem a garantia do direito à livre manifestação política da população. Um direito não pode se tornar antagônico em relação ao outro. Pelo contrário, defendemos, inclusive, a união de todos na luta pela democratização da comunicação.

Por isso, consideramos que qualquer solução para esse impasse não pode passar pelo irresponsável acirramento de ânimos em torno desse falso antagonismo. Nesse sentido, reivindicamos a realização de um debate mais profundo sobre o problema. Propomos à Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal a realização de uma audiência pública sobre o tema da Liberdade de Imprensa, com a participação das entidades representativas dos jornalistas, porta-vozes dos manifestantes, OAB-RJ, Ministério Público e Segurança Pública. 

A liberdade de imprensa, junto da liberdade de expressão, é pilar da democracia. E o papel de mediadores sociais dos jornalistas na sociedade é fundamental para a garantia do Estado Democrático de Direito. Sob essa premissa, mesmo antes da posse, programada para 26/8, como diretoria recém-eleita do Sindicato dos Jornalistas, a nossa intervenção é exigida neste momento em defesa da nossa categoria e da própria democracia. Dada a insatisfação com o tratamento dispensado pela atual gestão sindical que se encerra por agora, resta-nos agir diante de uma situação que consideramos emergencial e perigosa para todos.

Rio de Janeiro, 15 de agosto de 2013.