Divergências afetam a Secretaria de Segurança Pública do Rio e a Polícia Militar do Estado. O secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame, criticou na manhã deste domingo (04/08) a decisão do comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro Costa, de anistiar os policiais que acusados de cometer crimes de menor potencial ofensivo, de 2011 até 2013. Beltrame afirmou que não foi comunicado sobre a anistia e pode revoga-la, dependendo do diálogo que ele terá com o comandante Erir e que deve acontecer o mais rápido possível. "Da forma que foi colocado, eu não gostei. Precisamos entender quais são essas infrações", justificou Beltrame.
A anistia aos integrantes da corporação concedida pelo coronel Erir Ribeiro foi anunciada neste sábado (03), não beneficiando os policiais que cometeram atos suspeitos durante as manifestações que aconteceram na cidade de junho a agosto. Em uma nota, a Polícia Militar comunicou que a anistia foi direcionada à PMs punidos administrativamente, nos casos de atraso, faltas ou ausências não justificadas e os episódios considerados graves estão sendo investigados pelo Conselho de Disciplina.
José Mariano Beltrame visitou neste domingo (04) o conjunto de favelas da Mangueirinha, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que está ocupada pela polícia desde a última sexta-feira (02)e vai receber uma companhia destacada da Polícia Militar. Controlada por traficantes, a comunidade é considerada uma das áreas mais perigosas da região. A inspeção do secretário de Estado de Segurança foi acompanhada pelo prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, e pelo comandante do 15º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Ranulfo Souza Brandão. Beltrame disse que o destacamento na Mangueirinha pode ser o primeiro passo em direção à implantação de uma UPP. Segundo o secretário, o "policiamento de proximidade" dá bons resultados em, pelo menos, seis ou sete lugares no estado. Um dado importante citado por Beltrame é que a implantação da companhia destacada em Caxias não vai adiar a ocupação programada do complexo da Maré.
Em entrevista na favela da Mangueirinha, Beltrame explicou que a PM forma uma média de 400 homens, mensalmente. Os profissionais vão reforçar o policiamento na Baixada Fluminense, de forma gradativa. Ele reforçou que o novo "policiamento de proximidade" que acabou de chegar na Mangueirinha é uma tendência da segurança publica no estado.