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Itagiba responde ao Chefe da Casa Civil do Governo do Rio

Marcelo Itagiba - ex-deputado federal e ex-secretário de Segurança do Rio

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O atual secretário-chefe da Casa Civil de Sergio Cabral procura, em vão, por meio de artigo publicado em O Globo, no dia 29-7-2013, justificar o repúdio popular ao desgoverno do qual faz parte, olhando no espelho retrovisor. É bom não deslembrar que o seu chefe, quando na Presidência da Assembleia Legislativa, administração na qual ele também trabalhava, atuava em estreita sintonia e parceria com o Governo que o antecedeu. Posteriormente, com o apoio irrestrito do Governo anterior, ambos, ele e seu chefe, foram eleitos para o Senado.

Por fim, com o incondicional apoio do Governo anterior, o seu patrão foi eleito governador do Rio de Janeiro, não representando a oposição, mas sim a situação, inclusive aproveitando vários quadros na atual administração, como secretários e como dirigentes de órgãos públicos. É importante dizer ao secretário que não é bom generalizar, pois isso pode levá-lo a cometer grandes equívocos, próprios de quem tem delírios de observação.

Como Policial Federal investiguei e prendi todos os tipos de criminosos, inclusive de colarinho branco, sendo certo que um deles, considerado chefe de um grande esquema  político, chamado PROPINODUTO, tinha íntimas relações com o gabinete do então presidente da ALERJ, Sérgio Cabral, pois a esposa  do preso, era apadrinhada  e ali trabalhava em cargo comissionado.

Enquanto estive na Secretaria de Segurança, os cargos de chefia sempre foram da responsabilidade do comandante da PM e do chefe da Policia Civil. Este último foi preso e processado em razão de investigação por mim determinada e posteriormente encaminhada à Polícia Federal. Como Secretário que fui, escolhido por ser técnico e que atuou sempre tecnicamente, tive a oportunidade de rejeitar as tentativas de indicações políticas para o comando de batalhões e titularidades de Delegacias provenientes do seu gabinete Senatorial.

As ruas estão clamando, não aceitam as práticas retratadas pelo atual Governo. Não querem mais parentes e contraparentes nomeados para cargos públicos, nem a interferência para a nomeação de parentes e contraparentes. Não desejam mais escritórios de advocacia vinculados a agentes públicos do Governo com poderes de decidir e influenciar resultados. Rejeitam a mistura da vida pública com a privada e da privada com a vida pública.

A população rejeita os acordos espúrios e oportunísticos, como o que elegeu o prefeito do Rio, fazendo com que, hoje, ele e o governador pareçam um casal de enamorados políticos, quando na verdade Paes, enquanto adversário na campanha para o Governo, dizia que um detetive de 5ª categoria seria suficiente para prender Cabral.

 

A verdade é que a população do Rio, principalmente os jovens, acordou e não aceita mais as manipulações e factóides, percebeu que a chamada Pacificação é na verdade um grande acordo, muito mais propaganda do que fato, pois só polícia não pacifica absolutamente nada, sendo ação típica dos Estados Fascistas. É fundamental atender a questão social como bem o disse o Papa Francisco.

Esta mesma população viu, também, que as milícias cresceram, em mil comunidades pesquisadas, de 1% nos Governos anteriores para 40% no atual, ou seja, antes atuavam em dez comunidades, e passaram a atuar em quatrocentas. Constatou que a maioria das estatísticas criminais positivas apresentadas por este Governo foram desmascaradas. Etc. Etc. Etc

 Os jovens caíram na real. Viram os desmandos do atual governador, que anda em aviões e helicópteros de empresários que têm interesse de milhões em contratos com o Governo. Lembram do helicóptero que caiu e matou inocentes na Bahia. Indignaram-se com helicópteros públicos levando o cachorro Juquinha e outros para passear em Mangaratiba, nos finais de semana, às custas dos nossos impostos. Perguntam-se como um detentor de cargo político, com a remuneração própria do cargo, pode ter apartamento no Leblon na quadra da praia e casa luxuosa em Mangaratiba. Viram o vazadouro de dinheiro público no Maracanã e nas obras não realizadas na Serra após a calamidade.

Enquanto o Papa com a sua postura ética, honesta e humilde pode caminhar e abraçar e ser abraçado pelo povo, o governador por posturas diametralmente opostas, assim entendidas pelo povo, não pode mais sair as ruas.

 As mesmas ruas que estão gritando: “queremos transparência e ética na política. Queremos serviços públicos de qualidade. Não aceitamos mais ser enganados e aviltados”.

 Senhor secretário chefe da Casa Civil, ao invés de olhar para trás, procure olhar no espelho e veja a feiúra do Governo o qual o senhor está ligado e defende, pois o povo já enxergou e rejeita decretos que violam as liberdades individuais e os direitos fundamentais. Para a população do Rio, em sua grande maioria, o Rei e os seus Asseclas estão nus e usam guardanapo na cabeça.

Marcelo Itagiba