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Beirou a ironia:“Viva a democracia”, diz Cabral em entrevista sobre protestos

Prefeito Eduardo Paes admite que qualidade do transporte é "muito pouca"

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Em tom próximo à ironia, o governador do Rio, Sérgio Cabral, finalizou a entrevista na tarde desta terça-feira (18) ao RJ TV exclamando “Viva a democracia”. Questionado se o governo do estado estaria disposto a abrir um canal de negociação com os manifestantes, ele disse: “Sempre, sempre esteve aberto. Nós somos. Ah, Viva a democracia”, respondeu.

Cinco dias antes, o político disse que o protesto tinha ar político e que não era espontâneo da população. Naquela ocasião, Cabral afirmou ainda que os presos pela confusão nos protestos da noite de 10 de junho eram "jovens que não estavam ali para defender interesses públicos, mas sim para gerar um clima de confusão e de baderna". "A população sabe perceber isso", ressaltou. Hoje ele disse que "as manifestações mostram uma juventude desejosa de participar, de estar presente, de questionar, de sugerir e isso é muito bonito".

Além disso, o governador cometeu uma gafe ao dizer que o valor atual da tarifa é de R$ 2,80, situação que já está repercutindo nas redes sociais, já que o preço da tarifa está em R$ 2,95 e deve alcançar os R$ 3,20, caso as reivindicações não sejam atendidas. “Hoje a nossa tarifa modal intermunicipal é uma das menores do Brasil, de R$ 2,80, e ao mesmo tempo, quando usado dois modais ou um modal intermunicipal há o bilhete único intermunicipal”, explicou Sérgio Cabral. 

Paes admite que transporte no Rio é de "muito pouca qualidade"

Avaliando a possibilidade de negociar com os ativistas o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes afirmou  nesta  terça que está aberto a conversas. No entanto, a resposta foi subjetiva: “Toda a vez que a gente abre diálogo, tem que estar aberto para todas as possibilidades. O que eu quero dizer é: a prefeitura do Rio não reajustava a passagem há um ano e meio. Nós temos um bilhete único de R$ 2,95, que serve para duas viagens. A prefeitura do Rio já iniciou o BRT. Inaugura mais três BRTs nos próximos três anos. Está investindo. É um transporte, eu admito isso, de muito pouca qualidade. Muitos anos sem investimento no Rio de Janeiro, portanto, está sempre aberto a todo debate. Agora, isso tem um custo, que se a gente for projetar por um ano é em torno de 400, 500 milhões”, finalizou.

Eduardo Paes também declarou que “os protestos são totalmente legítimos, que começam com a questão das tarifas de ônibus, mas que tratam de outros temas que claramente incomodam a população”. Sobre as críticas à sua gestão, ele se disse acostumado. “Na função que eu estou, e eu já estou aqui há 4 anos e meio, essas críticas são fundamentais para a gente melhorar, e a gente tem que ouvir”, disse.