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Engenhão: quem pagará a conta da reforma?

Estádio ficará 18 meses interditado para recompor estrutura da cobertura

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Com a interdição de cerca de 18 meses do Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, decretada nessa sexta-feira (07),  resta agora saber quem arcará com as obras de restauração da cobertura do estádio. A prefeitura afirma que não pagará nenhum centavo na reforma e que notificará os dois consórcios pela construção do estádio. O primeiro, formado pelas construtoras Racional, Delta e Recoma; o segundo, pela Odebrecht e OAS, para que realizem a reforma o mais rápido possível. Não há informações de quanto custará a obra.

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O vereador Paulo Pinheiro (Psol) diz não acreditar que as empreiteiras arcarão com todo o custo da reforma do Engenhão. “Todos vão tentar fugir neste momento. Não acredito que a Odebrecht vá querer pagar a conta sozinha. Agora cabe a nós vereadores fiscalizar a prefeitura para saber quanto de dinheiro público será gasto. Isso vai onerar os cofres públicos”, afirma o vereador.

Durante a entrevista coletiva do anúncio da interdição, na qual estiveram representantes da prefeitura e engenheiros responsáveis pelo laudo técnico, constatou-se que houve falha no projeto inicial do Engenhão, além de peças em mau estado de conservação. A concessionária da época era formada pela Racional, Delta e Recoma.

O vereador Renato Cinco (Psol), no entanto, questiona a comissão de engenheiros formada pelo Prefeito do Rio, Eduardo Paes. “Como existe muita controvérsia em torno do assunto seria interessante que a comissão tivesse sido formada por técnicos não só da prefeitura, mas também por indicados pela sociedade civil e dos clubes de futebol”, ressalta o psolista.

Por conta disso, o vereador Paulo Pinheiro afirma que, na próxima semana, irá com mais alguns vereadores e com engenheiros do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) ao Engenhão para verificar a veracidade dos laudos técnicos divulgados nesta sexta-feira (07).

Prefeito do Rio na época em que o Engenhão foi construído, o agora vereador César Maia afirma, em tom provocativo, que “a interrupção do Engenhao, hoje se sabe, foi para viabilizar a concessão do Maracanã com Flamengo e Fluminense”.

O Engenhão está interditado desde o dia 26 de março, quando o prefeito Eduardo Paes recebeu laudo de uma empresa alemã contratada pelo Consórcio Engenhão, a SBP (Schlaich Bergermann und Partner), detectando problemas estruturais na cobertura do estádio. Monitoramento de rotina realizado pelo consórcio detectou falhas na cobertura do estádio, que poderiam oferecer risco à segurança dos frequentadores em determinadas condições, como baixa temperatura e alta velocidade de vento, por exemplo. Desde 2007, quando o estádio foi finalizado, o Consórcio Engenhão, em conjunto com a empresa projetista Alpha e a certificadora de projeto Tal Projecto (TAL), vem acompanhando o comportamento da cobertura metálica. Foram apresentados laudos de acompanhamento dos anos de 2007, 2009, 2010 e 2013.

*Do Projeto de Estágio do Jornal do Brasil