ASSINE
search button

Thor Batista diz ter dado R$ 300 mil a tia de ciclista atropelado

Afirmação foi feita nesta quinta em depoimento à Justiça

Compartilhar

O empresário Thor Batista, filho de Eike Batista, afirmou nesta quinta-feira, em depoimento à juíza Daniela Barbosa Assumpção, da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, que, depois do atropelamento que causou a morte do ciclista Wanderson Pereira dos Santos, entrou em contato com a família da vítima para prestar auxílio financeiro. Ele contou que deu R$ 300 mil para uma tia de Santos.

Thor é acusado de homicídio culposo - quando não há intenção de matar – pelo acidente ocorrido no dia 17 de março de 2012 na rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias. A primeira audiência do caso ocorreu em 12 de setembro.

Segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), no depoimento de hoje, o empresário afirmou que  "foi muito forte" o impacto da batida que culminou com a morte de Wanderson Pereira dos Santos. No entanto, ele ressaltou que dirigia dentro do limite de velocidade no instante do atropelamento.

Numa sessão que durou 41 minutos, Thor afirmou que "o acidente foi inevitável" e que circulava pela rodovia em velocidades que variavam de 70 quilômetros por hora (na serra) a 100 quilômetros por hora (nas retas). O empresário acrescentou que viu o ciclista no meio da pista, seguindo da direita para a esquerda, e que não teve como evitar o choque. Thor disse que, por ter a carroceria baixa, o carro dele - uma Mercedes-Benz SLR McLaren - atingiu o quadro da bicicleta.

O processo agora entra na fase das alegações finais. Tanto o Ministério Público quanto a defesa do empresário terão cinco dias para preparar os documentos. A sentença deve sair até o final do semestre, mas cabe recurso para ambas as partes.

Empresário diz que soube do excesso de pontos na carteira "pela mídia"

Perguntado pela juíza sobre o excesso de pontos na carteira de motorista, Thor Batista alegou desconhecer as infrações. Ele disse que soube desse assunto pela mídia e que nunca foi notificado, responsabilizando os seguranças pela alta pontuação na CNH. Segundo Thor Batista, seus seguranças costumam usar o veículo, "principalmente à noite ou quando está cansado".

Após o acidente, Thor Batista disse que vendeu um dos três esportivos que possuía, alegando "problemas financeiros em sua empresa".

Thor Batista faltou à interrogatório anterior

Em 12 de março, Thor Batista faltou ao interrogatório, alegando problemas de saúde. Na época, os advogados de defesa afirmaram que o empresário necessitava de repouso. Na ocasião, a juíza Daniela Assumpção, atendendo ao pedido do MP, determinou que novo laudo pericial fosse realizado para detectar a velocidade do carro de Thor na hora do atropelamento.

No dia 27 de fevereiro, a juíza Daniela Barbosa determinou a retirada dos laudos periciais dos autos, por terem sido anulados pela 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. O pedido de anulação do documento e de afastamento do perito foi feito pela defesa de Thor Batista.

Na decisão, a magistrada destacou que o perito teve contato direto com o Ministério Público por mais de uma vez. Segundo a juíza, tal iniciativa seria capaz de "suscitar dúvidas sobre sua atuação como auxiliar da Justiça".

A primeira perícia realizada pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) calculou que o carro de Thor estava a 135 quilômetros por hora no momento do acidente. O documento foi apresentado em 13 de dezembro do ano passado. A defesa do empresário, no entanto, disse que a perícia não era válida porque não havia sido anexada aos autos processuais.