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Prefeito reconhece epidemia de dengue em Niterói, mas falta combate

Até o início deste mês foram notificados 3.975 casos suspeitos, dos quais 451 foram confirmados

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A exemplo de outros municípios do Rio, os casos de dengue em Niterói estão crescendo em ritmo acelerado e o número de vítimas já chega a 451 casos confirmados, sem óbitos. A Coordenação de Vigilância em Saúde (Covig), da Fundação Municipal de Saúde (FMS), divulgou esta semana novo balanço da dengue no município. Até o último dia 2 de abril, foram notificados 3.975 casos suspeitos da doença.

De acordo com relatório epidemiológico, 76% dos casos notificados são de residentes em áreas próximas às policlínicas regionais de Itaipu (38%), Sérgio Arouca, em Santa Rosa (24%), e Largo da Batalha (14%). E 77% dos casos atingiram pessoas na faixa etária de 15 a 59 anos. Moradores da cidade, por sua vez,  reclamam que faltam ações de combate à proliferação do mosquito, embora o prefeito Rodrigo Neves (PT) tenha declarado em março que o município está em estado de epidemia.

Na Região Oceânica, problemática por conta da grande quantidade de terrenos baldios além das muitas áreas de matagal – possíveis criadouros de mosquito  -, moradores de Piratininga afirmam que as ações de combate ao transmissor da doença aparentemente diminuíram este ano.  

Segundo eles, tanto o carro fumacê quanto os agentes que combatem o foco da doença pararam de circular no bairro. “Este ano o fumacê não passou. Era importante porque estamos vivendo essa epidemia e não temos nenhum amparo”, diz Sonia Fernandes, moradora de Piratininga. Ela acrescenta ainda que “esse ano não teve a visita dos agentes”.

De acordo com a prefeitura de Niterói, veículos “fumacês” estão trabalhando nos bairros com maior incidência de dengue, sempre de 5:30h às 8:30h e de 16:30h às 19:30h. A ação segue cronograma definido por critérios técnicos e não acontece em caso de chuvas ou ventos com velocidade maior do que 15 quilômetros por hora. Esta semana, bairros como Icaraí, Piratininga, Vital Brazil, Cubango, Itaipu, Engenho do Mato, Maravista e Ingá receberam a visita dos fumacês foram visitados. 

Sonia conta que alguns vizinhos já tiveram dengue e, na semana passada, foi a vez dela buscar atendimento no posto de saúde do Engenho do Mato com suspeita da doença. Apesar das criticas contra a falta de ações de combate, ela afirma ter recebido bom atendimento e diz que os postos de saúde estão preparados para a doença.

“Fizeram exame de sangue na hora, deram soro para hidratar. No dia seguinte voltei e fiz novo teste. O atendimento foi muito bom”, afirma.

Já a comerciante Regina Bragança, moradora da Avenida Central, diz ter visto o carro fumacê pela primeira vez em sua rua nesta quinta-feira(11). Ela entretanto, reforça a crítica com relação a visita dos agentes de combate aos foco da dengue.

“Não passaram aqui. Fica difícil porque aqui na rua tem uma construção abandonada, então não adianta nada eu cuidar da minha casa”, reclama.