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Derrubada a barricada dos moradores da comunidade do Horto

Três famílias aceitam deixar suas casas na região

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Por volta das 16h50, funcionários da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (Seconserva) derrubaram a barricada construída pelos moradores da comunidade do Horto, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio, sob ordem do tenente coronel Luiz Octavio, do 23º Batalhão da PM. A barricada tentava impedir a ação de reintegração de posse do terreno.

Três famílias que vivem na localidade, aceitaram deixar suas residências e vão se mudar para casas em outros bairros da cidade. A decisão foi tomada após reunião entre representantes das comissões de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (Alerj), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Associação de Moradores e Amigos do Horto (Amahor), da Secretaria de Patrimônio da União e do Jardim Botânico.

Liriam Miranda, moradora, estava indignada com a remoção e diz que não tem nada de ruim no Horto, mas que a presença da comunidade incomoda muita gente. "Pra que tirar a gente daqui? Nós nunca degradamos nada aqui dentro" diz ela.

"Por que podem construir mansões no Horto e ninguém faz nada contra elas?", pergunta.A secretária de Patrimônio da União, Marina Esteves, classificou o fato de não ter havido confronto entre os policiais e os moradores como "o único ponto positivo", e acrescentou: "A possibilidade de os moradores irem para o abrigo Leão 13 não existe. Eles já vão para as casas escolhidas", disse Marina. 

As famílias serão realocadas em três residências: uma na Rua Conde de Itaboraí, na Tijuca, Zona Norte do Rio, e outras duas na Rua República do Líbano, no Centro. Membros da comunidade foram até as casas e deram o aval para a mudança. Caminhões de mudança já foram enviados ao local para transportar os bens das famílias até os novos endereços.

O deputado federal Edson Santos (PT-RJ), que tem familiares no local, criticou a decisão da Justiça de retirar as famílias imediatamente:

"É um atropelo. A juíza não levou em consideração o pedido da Secretaria de Patrimônio da União, que recomendava um prazo de 90 a 120 dias para que as pessoas saíssem do Horto", disparou. Edson Santos é irmão da presidente da Amahor, Emília Maria de Souza.

Além dele, outros políticos, como o deputado estadual Gilberto Palmares (PT) e Eliomar Coelho (PSOL) também estiveram no local.

>>Remoção no Horto: União, OAB, Alerj e associação de moradores se reúnem