Moradores da Ilha do Governador que usam regularmente os ônibus da empresa Transportes Paranapuan afirmam que os problemas de conservação nos veículos e a conduta inadequada dos funcionários são fatos comuns no dia a dia dos usuários.
Passageiros do ônibus que despencou do viaduto sobre a Avenida Brasil dizem que o acidente foi causado por uma briga entre o motorista e um dos passageiros. Segundo a estudante de Comunicação Social Nayana Alcantara, de 21 anos, confusões são frequentes por conta da truculência dos funcionários da empresa:
"Os motoristas são muito mal educados e grossos. Não deixam estudantes, idosos, grávidas e deficientes embarcarem com a gratuidade e afirmam que é ordem da empresa. Sinto medo de andar nessas linhas, principalmente pela violência dos funcionários da empresa. Ainda mais quando são aqueles ônibus que só têm o motorista e este serve também de cobrador", diz a jovem.
O assistente de comunicação Aldevan Junior, de 26 anos, critica a falta de manutenção nos ônibus da Paranapuan:
"É um serviço desrespeitoso com a população insulana. São ônibus antigos, sem dedetização e sem manutenção. É muito comum ver carros sem conservação adequada em linhas de grande apelo da companhia. É bastante frequente ver carros da Paranapuan parados nas vias. Eu já tive que soltar no meio da Avenida Brasil por causa de um problema em um dos veículos da empresa", denuncia.
Segundo Aldevan Junior, pelo que se diz, a empresa tem sérios problemas de manutenção:
"Comenta-se que os problemas ficam passando de um carro para outro: se um ônibus para por problemas de câmbio, mas tem uma bateria funcionando, essa bateria servirá para outro carro que esteja sem e assim sucessivamente", completa.
Nayana, por sua vez, diz que até mesmo baratas são comuns nos coletivos:
"Os ônibus são sujos, velhos e de péssima qualidade. Eu já peguei um ônibus da linha 323 [Castelo - Bananal (via Cacuia)] cheio de baratas. Uma delas chegou a subir em mim", afirma.
A empresa Transportes Paranapuan foi procurada, mas, segundo um funcionário, não havia nenhuma pessoa apta a falar com a reportagem do Jornal do Brasil.