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Celebração da Sexta-feira da Paixão marca dia de católicos no Rio

Dom Orani Tempesta presidiu a cerimônia

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Segundo a tradição católica, às 15h da sexta-feira, começa a expiação e morte de Jesus Cristo. E este foi o horário em que, nesta sexta-feira (29), ocorreu a celebração da Sexta-Feira Santa na Catedral Metropolitana, no centro do Rio.

O público na Catedral, não muito numeroso na primeira hora da cerimônia, foi aumentando à medida em que fiéis esperavam para se juntar à procissão que sairia da Catedral em direção à Lapa, onde acontece a Via Sacra.

Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, explicou por que esta é a única data em que não há missa na cidade do Rio de Janeiro: "Cada missa é feita de memória. Hoje, porém, celebramos a memória de sua morte e sepultura de uma maneira diferente. É uma tradição antiga de uma liturgia da Igreja que, neste dia, contempla a morte de Cristo na cruz", explicou Dom Orani, que comandou a cerimônia por mais de duas horas.

Marcelo Cruz, de 19 anos, declarou como se sentia ao estar presente no evento que marca a morte e sepultura de Jesus: "Era imprescindível para mim estar aqui para celebrar a glória da Igreja. Minha fé é inabalável", destacou ele. César Oliveira, de 30 anos, assistiu à celebração acompanhado pelos filhos Bruna, Pedro e Paulo. "Têm de levar desde muito cedo, né", brincou ele, referindo-se à pouca idade dos três (3, 4 e 6 anos, respectivamente).

Estrangeiros na catedral

Fiéis de outros países também estiveram hoje na Catedral. Um arquiteto espanhol de 32 anos, que se identificou apenas como Davi e estava acompanhado de dois amigos alemães, aproveitou para passar na Catedral. "É tudo muito bonito. Estou maravilhado", disse ele, que é católico praticante.

Houve espaço até para um fiel da Argentina, mesmo país do papa Francisco, anteriormente conhecido como o cardeal Mario Jorge Bergoglio. Alessandro, morador da cidade de Santa Fé, está no Rio com a mulher, Valentina, e o filho Miguel, de 1 ano de idade. Ele perguntou como os fiéis brasileiros receberam o novo pontífice. Ao ouvir uma resposta positiva, ele comentou, satisfeito: 

"Isso é muito bom. Ele é um homem sábio, sensível e de muita fé. Ele veio trazer um novo paradigma para a Igreja, de ajudar mais os pobres", comentou Alessandro.

"Servir sem distinção"

Dom Orani comentou também a atitude do papa, que nesta quinta-feira lavou os pés de detentos em uma prisão italiana, incluindo de uma jovem muçulmana. Ele considera que essa é apenas uma mostra da nova atitude da Igreja em servir sem distinção:

"Isso mostra que a Igreja está a serviço das pessoas. Não só dos cristãos, mas também dos não cristãos. Vivemos fés diferentes, mas temos que servir a todos para que vivam em abundância", disse o arcebispo. Essa é uma tradição antiga que Jorge Mario Bergoglio realizava quando era arcebispo de Buenos Aires.