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Obras na Vila dos Atletas a pleno vapor; prazo é dezembro de 2015

Custo total do bairro Ilha Pura incialmente para 10 mil atletas, na Zona Oeste, será de R$ 3 bilhões

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A Vila dos Atletas dos Jogos Olímpicos de 2016, que receberá os 10 mil atletas das mais de 200 delegações que participarão dos Jogos, está em plena fase de construção. O Jornal do Brasil esteve no local nesta quinta-feira (28) e constatou que cinco dos sete condomínios previstos no projeto já iniciaram suas obras.

Segundo o cronograma de obras, a expectativa é que a construção dos outros dois condomínios restantes seja iniciada em abril. 

A obra, realizada pela Ilha Pura Empreendimentos Imobiliários e tocada pela Carvalho Hosken S/A e a Odebrecht, tem de ser entregue ao Comitê Olímpico Internacional até dezembro de 2015, com inauguração dependendo do próprio Comitê. A Vila dos Atletas ficará dentro de um bairro de alto luxo, com o mesmo nome da empresa, em área próxima ao Riocentro, em Curicica, Zona Oeste.

O engenheiro responsável pelas obras da Vila dos Atletas, Maurício Lopes, garantiu que todas as obras relativas ao empreendimento começarão até o início de abril. “Até agora, temos cinco dos sete condomínios em execução. A partir de abril, todas as obras seguirão em paralelo”, explicou ele. O investimento total na Vila dos Atletas, que estará dentro de um bairro novo de alto luxo na Barra, chamado Ilha Pura, está orçado em R$ 3 bilhões.

Lopes descartou ainda qualquer comparação com a Vila Pan-americana, que após os Jogos de 2007 ficou abandonada e sem moradores, tendo inclusive risco de afundar devido à localização do empreendimento, em área pantanosa. “A concepção da Vila dos Atletas é diferente da Vila do Pan.  Ela faz parte de um bairro de alto luxo.  A qualidade da engenharia e da construção contemplam os mais altos padrões existentes no mercado. Não vamos enfrentar qualquer possibilidade de problema”, garantiu ele.

Desafios e expectativas olímpicas

Na sede da Vila dos Atletas, estiveram hoje ex-medalhistas como Hortência, hoje dirigente, Clodoaldo Silva, nadador paralímpico, e Ricardo Prado, gerente de competições da Rio 2016.

Hortência, diretora de Seleções da Confederação Brasileira de Basquete e maior cestinha da história do basquete brasileiro, está confiante com relação às mudanças previstas na cidade do Rio de Janeiro, e principalmente com o legado pós-Olimpíadas:

“Tenho certeza que o esporte brasileiro vai se dividir em antes e depois da Olimpíada. Não só esportivamente, mas do ponto de vista do Rio como cidade também. A mobilização em torno do esporte está sendo muito grande. Teremos centros de treinamento olímpicos em várias cidades, uma boa infraestrutura também graças à cooperação do Ministério do Esporte com o Comitê Olímpico Brasileiro(COB), que nunca foi tão grande”, avalia ela. “O público em geral pode não ter visto essa mudança toda, mas posso dizer que já está muito diferentemente do que era antes”, disse a medalhista de prata em 1996, que atua na CBB desde 2009.  

Clodoaldo Silva, com 13 medalhas paralímpicas pelo Brasil, lembrou da importância da acessibilidade para deficientes em uma cidade como o Rio de Janeiro. Apesar do que ele considera como melhora gradativa das condições na cidade, ele lembra sua péssima experiência no Para-Pan de 2007:

“Fizeram uma acessibilidade muito boa em torno dos complexos, mas não em toda a cidade. Eles viram que erraram nesse tema, e hoje não: estão fazendo acessibilidade em todo o estado. Acredito que isso realmente possa acontecer”, destacou Clodoaldo.

Ricardo Prado, gerente de competições da Rio-2016, lembrou que encontrou recentemente com representantes dos governos municipal, estadual e federal  e do Comitê Olímpico Internacional (COI) para tratar da infraestrutura de transporte da cidade:

“Nossos projetos foram muito elogiados, até pelo COI, o que me surpreendeu. Foi tudo muito bem pensado, e acho que vai deixar um legado imenso pra cidade. A Transoeste, a Transolímpica e a Transbrasil serão muito importantes”, disse ele, que pediu às pessoas que tenham paciência com o trânsito da cidade . “O Rio vai ganhar muito, mas o tráfego vai ficar tumultuado até então”, finalizou ele, ressaltando que, apesar de não ser especialista em trânsito, como cidadão, achou o projeto “muito bom”.