ASSINE
search button

Novo Centro Estadual de Transplantes é inaugurado na Tijuca

Unidade conta com o que há de mais moderno em estrutura e tecnologia

Compartilhar

O Rio ganhou, nesta quinta-feira, um centro de transplantes cuja estrutura está entre o que há de mais moderno no país. A inauguração da unidade - Centro Estadual de Transplantes (CET) -, localizada na Tijuca, Zona Norte do Rio, contou com as presenças do governador Sérgio Cabral, do secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, além do arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta.

O novo centro, que funciona no Hospital São Francisco de Assis - que integra a Ordem Terceira da Penitência -, promete se tornar referência com até 300 procedimentos por ano (200 transplantes de rim e 100 de fígado): 

“É a salvação para os nossos pacientes”, disse o secretário de Saúde Sérgio Côrtes ao JB, antes de se dirigir para a cerimônia de inauguração.

O investimento total na obra, financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foi de R$ 3 milhões. O centro cirúrgico terá cinco salas e aparelhos de ponta para realização de cirurgias de alta complexidade, além de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e um ambulatório. Nove leitos para adultos serão disponibilizados na UTI do centro, que é chefiada pelo doutor Fábio Miranda, professor que dirigiu por mais de 10 anos o CTI da Casa de Saúde São José. A meta de doação de órgãos para 2013, segundo expectativa da Secretaria de Saúde, é de 250 captações.

Um exemplo das excelentes condições do CET é o processo de assepsia, para que os visitantes possam entrar em alas nas quais estão internados pacientes em estado mais grave. O visitante entra numa pequena cabine onde recebe uma total esterilização para, depois, ter contato com os pacientes em estado mais delicado. O mesmo procedimento é feito em sua saída. Esta estrutura é tão avançada que poucos hospitais particulares a possuem. 

A captação dos recursos para a construção do centro foi feita graças a luta de frei Francisco Belotti, figura fundamental para a consolidação do hospital que, antes de sua chegada, passava por dificuldades. 

“Nosso hospital está focado na alta complexidade e na tecnologia. Porém, para nós, o mais importante sempre será o ser humano. O nosso diferencial está na assistência religiosa. Contamos com seis congregações religiosas que realizam sua missão nos mais diversos setores do hospital e leva a cada paciente conforto, carinho e possibilidade de receber os Sacramentos necessários”, explica frei Francisco, superintendente do Hospital São Francisco.

O CET está apto a realizar cirurgias de transplantes desde o último dia 19, quando o secretário Sérgio Côrtes publicou uma resolução que permitia a realização dos procedimentos, uma vez que os profissionais do centro – cerca de 23, todos vindos do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB)- estavam credenciados pelo Ministério da Saúde.

O doutor Lúcio Pacheco, chefe do Serviço de Transplante de fígado, classificou o novo centro como “fundamental para a saúde do Rio de Janeiro”, e definiu a meta de 300 transplantes como bem precisa para os padrões do estado. “No Hospital de Bonsucesso, foram feitos 68 transplantes no ano passado. Sei disso porque eu era coordenador de lá. O objetivo é priorizar transplantes de órgãos para moradores do estado do Rio. Essa é a nossa meta”, explicou Pacheco.

Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, esteve presente na inauguração e falou sobre o espírito cristão na realização da construção do centro:

“Este hospital é uma pendência antiga no Rio de Janeiro. Ele foi criado por princípios cristãos que, além de procurar a eficiência e qualidade, proporciona o acolhimento de todos com um jeito diferente de trabalhar. Agora, a comunidade de São Francisco assumiu o hospital e está recuperando pouco a pouco o trabalho, atendendo grande parte dos pacientes do Sistema Único de Saúde. O cristianismo tem uma tradição antiga de trabalhar com o lado social, inclusive os hospitais. A Igreja faz isso pela própria vocação, pela própria fé.” 

Deise de Carvalho, chefe do serviço de transplantes renais, garante que todos os que procurarem o hospital serão muito bem atendidos. “Temos condições físicas e de conforto muito boas para os pacientes. Para os médicos também será, porque teremos uma excelente condição de trabalho. É um grande avanço para a saúde pública”, disse. 

Após alcançar a meta de 300 cirurgias por ano, o objetivo será o crescimento progressivo do número de procedimentos que eram feitos pela equipe do Hospital Federal de Bonsucesso.