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MP volta a cobrar da Prefeitura ampliação de clínicas para tratamento de crack 

Usuários da droga voltaram a ocupar o canteiro de obras da Avenida Brasil na manhã desta quarta

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Depois de ser chamado pelo Ministério Público para prestar esclarecimentos sob pena de ser processada, a Prefeitura do Rio de Janeiro mudou o tom sobre sua política de combate ao crack. Anunciou na última terça-feira (19) que o que está fazendo para tratar adultos usuários de crack é a internação involuntária (aquela feita com laudo e tratamento médicos) e não a compulsória, como pretendia o prefeito Eduardo Paes e que dependia apenas de decisão judicial.

Segundo o Ministério Público informou em nota, vai pedir ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, que apresente dados oficiais sobre atendimentos de usuários de crack em cinco hospitais da cidade - localizados na Ilha do Governador, Acari, Lagoa, Santa Cruz e Saúde. Além de dados de atendimentos de emergência, abrigamentos e internações psiquiátricas feitas na operação de terça-feira. 

Para a titular Anabelle Macedo Silva, da 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde, haverá cobrança também do Plano Municipal de enfrentamento ao crack "com indicação clara das unidades e serviços de saúde que serão ampliados para o atendimento dos usuários". Ou seja, quantos novos leitos vão ser oferecidos nos hospitais e também quantos novos Centros de Atenção Psicossocial 24 horas devem ser construídos. Por enquanto, o secretário municipal de Assistência Social, Adilson Pires, já informou que os hospitais vão oferecer apenas 40 vagas para a internação involuntária dos dependentes. 

Para a Promotora Anabelle Macedo Silva " o MP defende o direito ao atendimento integral dos Usuários de crack no sistema publico de saúde, contemplando o seu resgate da rua e dos locais públicos deteriorados pela droga, atendimento medico hospitalar , acesso a medicamentos, exames que forem necessários e cuidados em saúde mental em centros especializados para drogadição (tais como CAPS III e comunidades terapêuticas, locais onde há inclusive leitos para permanência dos usuários e cuidados intensivos possibilitando a continuidade e aderência do usuário ao tratamento).

Em outubro, o MP-RJ realizou audiência pública com profissionais de diversas especialidades médicas para mapear as necessidades do município no que diz respeito ao tratamento de dependentes químicos e ampliação da rede de saúde mental.