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Cariocas e turistas reclamam de poluição visual de boate flutuante em Botafogo

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O que era para ser a primeira boate flutuante do mundo tornou-se apenas um grande obstáculo para os admiradores de um dos principais cartões postais do Rio de Janeiro, o Pão de Açúcar. Isso porque uma grande embarcação privada, chamada Camorim XXVI, atracou na Praia de Botafogo há uma semana, na altura da churrascaria Fogo de Chão, e não tem data para ir embora.

A grande balsa, que leva o nome Waterland Club em destaque, abrigaria um complexo de entretenimento, com shows e muitos DJs se revezando a cada noite, além de vários bailarinos. No entanto, não pôde nem ser inaugurada, no dia 31 de janeiro, como estava previsto. Sem autorização da Prefeitura para exercer atividade econômica, acabou notificada pela Secretaria de Ordem Pública (Seop). Nenhum show aconteceu. A saída da grande embarcação da orla carioca, no entanto, é incerta. 

"Eu venho ao Rio de Janeiro frequentemente, a trabalho, e sempre paro na orla de Botafogo para admirar a paisagem. Esta semana, infelizmente, não é possível fotografar o Pão de Açúcar porque só sai uma parte, a mais alta do morro. O Rio deveria ter mais atenção com a poluição visual que prejudica seus cartões postais mais famosos", destaca o gerente de vendas Alexandre Prado, 37 anos.

Para o motorista Carlos Cabral, vizinho do Mourisco de Botafogo, apesar da embarcação não afetar diretamente a vida dos cariocas, deveria ser retirada o quanto antes da praia, já que não poderá realizar mais shows.

"Se não vai ser usada, deve ser retirada o quanto antes da orla. Está tampando a vista do Pão de Açúcar para aqueles que costumam caminhar pelo Mourisco. Falta um pulso mais firme da Prefeitura", reclama o carioca.

Na época na inauguração, no fim do mês de janeiro, anúncios na Internet faziam propaganda do evento. Classificada como "restrita a convidados", a Waterland Club reuniria os DJs Ivan Gough, Vinicius Corrêa e o VJ Brasileiro Vagalume. A partir do dia 1º de fevereiro, o evento seria ampliado, com festas abertas ao público por onde passariam outros DJs como Amanda Chang, Rodrigo Cha, entre outros.

De acordo com funcionários do restaurante Fogo de Chão, que não quiseram se identificar, a embarcação não tem relação com o estabelecimento. No entanto, conforme constatou equipe de reportagem do Jornal do Brasil, todo o acesso à embarcação é feito pelo interior da famosa churrascaria da Zona Sul carioca.

Em nota enviada ao Jornal do Brasil, a Capitania dos Portos informou que a embarcação pertence ao empreendimento Waterland Club – Clube Flutuante, promovido pela JR – Mix Produções e promoções Eireli – ME. Segundo a empresa, o evento está em fase de obtenção de aprovação pela Prefeitura, pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Corpo de Bombeiros do Rio. Caso não haja obtenção das autorizações necessárias, terá que deixar a Baía de Guanabara.