O governo do estado do Rio de Janeiro se dispôs, em mensagem encaminhada na tarde desta quarta-feira aos índios da Aldeia Maracanã, a criar um Centro de Referência da Cultura dos Povos Indígenas, próximo ao Maracanã, mas não admite a possibilidade de os indígenas permanecerem no antigo Museu do Índio. O governo também acenou com a criação de um Conselho Estadual de Direitos Indígenas.
O governo, através da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), oferece aos índios "transporte para retorno às aldeias de origem ou abrigamento em equipamentos estatais”, tão logo eles concordem em desocupar o prédio que deverá ser demolido para dar espaço a um estacionamento.
Os índios da Aldeia Maracanã, segundo explicou o cacique Carlos Tukano, pretendiam começar a discutir a proposta nesta mesma quarta-feira, mas só deverão anunciar uma posição no início da tarde desta quinta-feira (17).
"Estão propondo criar um centro cultural,mas não sabemos onde. Hoje nos reuniremos para começar a discutir e formalizar uma contra proposta”, explicou o cacique.
As lideranças indígenas farão uma assembleia reunindo as diferentes etnias que vivem no local e devem formalizar uma contraproposta ao governo.
Pela proposta, o Centro de Referência deverá ter como finalidade, entre outras atribuições, a realização de estudos e pesquisas sobre culturas indígenas brasileiras, promoção da cultura do resgate e proteção ao ambiente e comercialização do artesanato e arte indígena.
“Eles nos disseram de imediato que não aceitariam aluguel social e depois de conversarmos sobre o que eles estavam pleiteando, enquanto manutenção da cultura indígena, nós construímos uma proposta que é a criação de um Centro de Referência da Cultura dos Povos Indígenas. Neste local, eles poderão se organizar, vender seu artesanato e trabalhar para o fortalecimento da cultura indígena e tudo aquilo que se refere ao aspecto cultural”, destacou o secretário Zaqueu Teixeira, segundo nota da sua assessoria. Ele entregou o documento acompanhado pela subsecretária de Assistência Social e Descentralização da Gestão, Nelma de Azeredo.
*Do Projeto de Estágio do Jornal do Brasil