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Indígenas ocupam Museu do Índio para resistir a demolição

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Um grupo de indígenas se instalou no antigo Museu do Índio, prédio vizinho ao Estádio Maracanã, para resistir à demolição do edifício. O governo do Estado pretende demolir a construção para aumentar a área de estacionamento e melhorar o acesso ao Maracanã. Durante o intervalo do almoço, cerca de cinco operários demonstraram apoio aos índigenas que, enquanto policiais do Batalhão de Choque se posicionavam, trancaram os portões da aldeia que montaram no local.

"Acho que não é certo o que estão querendo fazer. Por que demolir um prédio histórico como esse?", questionou o carpinteiro José Antônio dos Santos, 47 anos, que trabalha há cinco meses na obra.

Os funcionários que apoiaram os índios tiveram seus crachás tomados pela administração da obra, que é tocada por um consórcio entre as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez. "Isso significa que vamos ser demitidos, 99% de certeza. Mas quando se fecha uma porta abrem outras, não tem problema", disse o carpinteiro.

"A gente não sabe se eles pretendem invadir mesmo ou se estão só fazendo uma estratégia de intimidação. Também estamos planejando um protesto amanhã contra a destruição do estádio de atletismo Célio de Barros e eles podem estar querendo mudar um pouco o foco", afirmou Gustavo Mehl, líder do Comitê Popular da Copa. "Espero que não haja confronto. Seria um grande absurdo."

O Batalhão de Choque estava parado do lado de fora do terreno à espera de uma autorização judicial para desocupar o prédio. Índios e membros do Comitê Popular da Copa fazem vigília dentro do local e prometem resistir.