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Xerém: famílias receberão aluguel e R$ 5 mil para comprar eletrodomésticos 

Prefeito de Caxias espera com isto retirar as casas das margens dos rios

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O governo do estado do Rio de Janeiro pagará aluguel social e dará uma ajuda de custo de R$ 5 mil para cada família que sofreu com a chuva e enchentes do Rio Capivari, em Xerém, distrito de Duque de Caxias. A cifra servirá para compra de móveis e eletrodomésticos. As fortes chuvas que acometeram a região na última quinta-feira (3) deixou um morto, um desaparecido e mais de mil desalojados.  

Com a ajuda do aluguel social, o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, espera retirar as residências atingidas pelas chuvas que ficam nas margens dos rios para reurbanizar estas áreas. Avaliações preliminares da Defesa Civil municipal, pelo menos 250 residências estão condenadas.

Conforme declarou ao Jornal do Brasil o professor do Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Escola Politécnica da UFRJ, o engenheiro Paulo César Rosman, a ocupação indevida das planícies de alagamento, ou seja, as margens dos rios, é o fator que causou a tragédia.

Depois de se reunirem no Palácio Guanabara na manhã desta sexta-feira (4) quando anunciaram a distribuição de mil cestas básicas para os desabrigados, como informou nesta sexta-feira o JB, o governador Sérgio Cabral e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, visitaram Xerém, uma das áreas mais atingidas pelas chuvas.

Foi durante a visita que eles anunciaram o aluguel social e a ajuda de custo para a compra de moveis e eletrodomésticos. Além disto, os moradores da região terão seis meses a mais para pagar tributos estaduais, como o IPVA e o ICMS.

O município de Duque de Caxias também deverá receber cerca de R$ 35 milhões, segundo o cálculo do prefeito Cardoso, para restaurar a ponte, ruas e galerias pluviais de Xerém atingidas pelas chuvas.

Pela manhã, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, já havia anunciado repasses federais de R$ 150 milhões para a ampliação do projeto de proteção às margens dos rios da Baixada Fluminense, com a construção de parques pluviais e a remoção de pessoas que vivem em áreas de risco e margens de rios. A liberação dos recursos deve demorar entre 45 e 60 dias.

Moradores se recusam a sair

Apesar do esforço do governo para retirar moradores das áreas de risco, muitos insistem em permanecer em suas casas, mesmo com a ameaça delas ruírem, na tentativa de resgatar pertences e diminuir os prejuízos, como noticiou o Jornal do Brasil

No bairro de Café Torrado, parte da estrada de Xerém, que margeia o rio Capivari e acabou submersa com o a cheia do mesmo, ainda corre o risco de ceder. Isto levou a Defesa Civil Municipal de Duque de Caxias a interditá-la. Na maior parte das residências afetadas, a água atingiu 2m de altura.

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