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Advogada revela que ordem para matar Acioli partiu de comandante

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A advogada Ana Claudia Abreu, ex-defensora do policial militar Sammy dos Santos Quintanilha, um dos 11 acusados de matar a juíza Patrícia Acioli, foi a segunda testemunha a falar, na manhã desta terça-feira, no julgamento de um dos réus no caso. Segundo ela, o PM Jefferson Miranda lhe disse, em depoimento à época do crime, que a ordem para matar Patrícia foi dada pelo coronel Claudio de Oliveira, então comandante do sétimo Batalhão da PM de São Gonçalo, grupamento investigado pela magistrada.

Ana Cláudia foi arrolada como testemunha de acusação no julgamento do cabo da PM Sérgio Costa Jr, que acontece nesta terça-feira no Fórum de Niterói. Costa e outros 10 militares são acusados do assassinato da magistrada, em Niterói, em agosto de 2011.

A advogada inclusive disse no depoimento que aconselhou Jefferson Miranda a confessar participação no crime, já que não haveria chances de escapar de uma punição com o desvendamento do crime. No depoimento, Claudia negou que pudesse classificar o grupo de Jefferson e Claudio como um grupo de "quadrilheiros". À época, Jefferson chegou a depor sob o benefício da delação premiada, mas recuou e abriu mão do benefício, sendo o depoimento, então, anulado.

Juíza é executada em Niterói

A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto de 2011, na porta de casa em Piratininga, Niterói. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados 21 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.

Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.