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Presidente nacional do PT incentiva no Rio candidatura de Lindbergh Farias

Em almoço com prefeitos e vereadores eleito, Rui Falcão apoiou disputa pelo governo estadual

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Aparentemente, a história não se repetirá na seara do PT no Rio de Janeiro. Reunidos em um almoço no Golden Park Hotel, na Rua do Russel, no Flamengo, zona Sul do Rio, os 12 petistas eleitos para prefeituras de cidades fluminenses, os mais de 100 vereadores eleitos em todo o Estado, além de parte da bancada de deputados federais e estaduais ouviram o presidente nacional do partido, Rui Falcão, apoiar e incentivar o lançamento da candidatura de Lindbergh Farias para governo do Estado, em 2014.

No passado não muito distante, o PT já teve rachas históricos por conta de candidaturas lançadas no Rio e derrubadas pelo diretório nacional. Está marcada na história do partido no Rio de janeiro, por exemplo, a intervenção branca decretada pelo diretório nacional, em 1998, tendo à frente José Dirceu e o próprio Luiz Inácio Lula da Silva, para impedir a candidatura de Vladimir Palmeira ao Palácio Guanabara.

Naquele ano, para viabilizar a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, o PT impôs o apoio à candidatura de Anthony Garotinho, do PDT, ao governo do Rio tendo como vice a senador Benedita da Silva. Lula não conquistou a presidência naquela eleição, mas Garotinho tornou-se governador e pouco tempo depois provocava o afastamento dos petistas do seu governo.

Quadro distinto

No almoço desta segunda-feira, no qual o presidente nacional do partido foi apresentado aos prefeitos e vereadores eleitos no Rio de Janeiro, como definiu o deputado estadual Gilberto Palmares ficou evidenciado o projeto da candidatura do senador Lindbergh: “Nós avaliamos que não podemos deixar de lançar candidatura própria. Estamos nos organizando cada vez mais para isto”, explicou Palmares.

Segundo ele, Falcão deixou claro o apoio do diretório nacional à candidatura própria, mesmo sabendo que, a princípio, o governador Sérgio Cabral, a quem o PT se aliou na última eleição, insiste em lançar seu vice, Luz Fernando Pezão, à sua sucessão.

“Hoje a nossa análise é de que o quadro é distinto”, diz Palmares. Em 2002, o objetivo do PT era eleger Lula. Mesmo assim, após o racha durante o governo Garotinho, o partido não apoiou Rosinha Garotinho (candidata do seu marido, o ex-governador) e laçou à reeleição Benedita da Silva, que estava governando o Estado, mas ficou em segundo lugar.

Em 2006, mesmo brigando pela reeleição de Lula, o PT lançou Vladimir Palmeira. No segundo turno, apoiou Sérgio Cabral na disputa com a juíza Denise Frossard. Já em 2010, o próprio Lindbergh foi convencido por Lula a não se lançar ao governo do estado, diante da necessidade do apoio do PMDB para a eleição de Dilma Rousseff. Assim, os petistas fluminenses acabaram apoiando a reeleição de Cabral, em uma votação que teve em Lindbergh o senador maios votado (4.213.749 votos, o equivalente a 28,65% dos votos válidos).

Hoje, sem que o PMDB tenha um candidato forte – o nome de Pezão não tem conseguido empolgar os eleitores – o PT está firme na candidatura do seu senador para o governo do Estado, e recebeu o sinal verde de Falcão no almoço desta segunda-feira (3).

Há até, entre os petistas, quem sonhe com o apoio de Cabral a Lindbergh. Eles partem de uma análise que vê na candidatura do ex-governador Anthony Garotinho uma ameaça concreta, principalmente após a reeleição de Rosinha, em Campos, e da eleição do candidato do PR, Neilton Molin, em São Gonçalo, segundo reduto eleitoral do estado.

Com isto, Garotinho demonstrou que ainda tem fôlego para concorrer novamente ao Palácio Guanabara. Para evitar a vitória daquele que é hoje seu maior adversário político é que, na visão de alguns petistas, Cabral pode acabar apoiando Lindbergh. Principalmente se Eduardo Paes insistir em permanecer à frente da prefeitura até os Jogos Olímpicos de 2016 e se o nome do vice Pezão não decolar..