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Manifestação em defesa dos royalties do petróleo reúne 200 mil no Rio, diz PM

Não houve discursos de políticos e participantes tinham a cara pintada de azul e branco

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Com o rosto pintado de azul e branco - as cores da bandeira do estado do Rio de Janeiro -, cerca de 200 mil manifestantes participaram da passeata "Veta, Dilma", na tarde desta segunda-feira (26), iniciada na Avenida Rio Branco na altura da Candelária, que seguiu até a Cinelândia. O número de participantes foi divulgado pela Polícia Militar e o objetivo do ato é sensibilizar a presidente Dilma Rousseff, para que ela vete o projeto de lei 2.565, que prevê a redistribuição dos royalties do petróleo. O PL já foi aprovado pelo Senado e pela Câmara de Deputados.

A maior parte dos manifestantes veio em caravanas de cidades do interior, principalmente do Norte Fluminense, onde estão localizados os municípios produtores de petróleo. Com o funcionamento das repartições públicas  encerrado às 14h, para garantir a presença dos funcionários no ato, foi grande a presença de cariocas que trabalham nas estatais. 

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Depois da passeata, shows de cantores como Alcione, Fernanda Abreu, Buchecha e Belo animaram o público na Cinelândia. A presença de personalidades como Xuxa, Carla Camurati, Cintia Howlett, Marcos Frota e Herson Capri também é aguardada. A atriz Fernanda Montenegro marcou presença.

"Estou aqui para que a Dilma vete a lei da redistribuição dos royalties. Se ela não vetar, vai criar jurisprudência para royalties de outros estados. Assim, também pode-se pedir a redistribuição dos royalties do minério de ferro de Minas Gerais, por exemplo", destacou o pastor Ginaldo Valério, 49 anos, morador de Campos dos Goytacazes.  

Além de moradores de municípios do interior, foi grande a presença de movimentos sindicais e partidos políticos no evento. Militantes da central Única dos Trabalhadores, das juventudes do PT, PMDB e PSB levaram bandeiras e camisas. 

Para a pintora industrial Helena Pacheco, que veio de Macaé para a passeata, a hora de tentar evitar o que ela chama de "injustiça" é agora. Depois, pode ser tarde demais:

"Se a Dilma levar adiante esta loucura da redistribuição, a cidade de Macaé será a mais impactada. E quem mais vai sofrer é a população, que vai ter menos investimentos na saúde, educação e ensino profissionalizante" lembra a macaense, que esteve no ato com um grupo de cerca de 200 pessoas vestidas com camisas azul e brancas com a inscrição "Veta, Dilma".

"Chance de piora será maior"

Recepcionista da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Helena Pacheco, 33 anos, saiu do trabalho, no início da tarde, e foi direto para a Candelária:

"A população deve fazer o possível para atrair a atenção do governo federal. Se já estamos com problemas na saúde e na educação do estado, imagine se tirarem mais dinheiro do Rio de Janeiro? A chance de piora será muito maior", alertou a carioca.

O prefeito Eduardo Paes e o governador Sérgio Cabral posaram para fotos durante a manifestação, junto com a atriz Fernanda Montenegro e com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande. Como já havia sido anunciado, não houve discurso de políticos durante o ato. Ontem o governador Sérgio Cabral anunciou que está confiante no veto da presidente Dilma Rousseff.