Na direção contraria ao ato contra as novas regras de distribuição dos royalties do petróleo, um pequeno grupo de moradores e simpatizantes da Aldeia Maracanã, localizada próxima ao estádio, no antigo prédio do Museu do Índio, aproveitou para protestar contra a desapropriação do espaço.
Cacique da Aldeia Maracanã, Carlos Tukano disse que não se interessa pelos royalties. Carregando um cartaz com os dizeres “Amor e Gratidão: os índios moram no coração dos brasileiros, que seus direitos sejam respeitados”, ele veio até a Avenida Rio Branco com outras 50 pessoas pedir ao governo que mantenha o antigo museu de pé. “A Dilma é a mãe do (governador Sérgio) Cabral, não nossa, só queremos que deixem nossa aldeia em paz”, afirmou.
Questionado sobre a situação da aldeia durante a coletiva posterior a manifestação, Cabral reafirmou o desejo do Estado de derrubar o prédio. “Não tenho nada contra o museu do Índio, que é em Botafogo. Aquele prédio em ruínas não é um museu desde 1970. Queremos garantir a mobilidade e a segurança dos cariocas e vamos derrubá-lo”, afirmou.
Com a decisão da presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), desembargadora Maria Helena Cisne, no último dia 13, de cassar as duas liminares que impediam a demolição do prédio e a retirada dos índios que ocupam o local, é apenas uma questão de tempo até que o Estado retome o espaço.
O casarão ao lado do estádio abrigou, durante décadas, o extinto Serviço de Proteção ao Índio, criado pelo marechal Cândido Rondon, que mais tarde deu origem à Fundação Nacional do Índio (Funai), e também já foi sede do Museu do Índio.
Atualmente, o prédio pertence ao governo do Estado que o negociou no fim de outubro com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a fim de que o local seja transformado em área de estacionamento e dispersão de público durante os eventos no Maracanã.