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Assassinatos reforçam insegurança em Niterói

Um desembargador e um vereador foram mortos nesta quinta (25)

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Mais insegura depois da instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) na capital, o que gerou uma migração da traficantes para as favelas do município, Niterói teve, nesta quinta-feira (25/10), mais uma mostra de que não vive dias tranquilidade. Duas figuras públicas foram assassinadas a tiros, modalidade de crime que tem tirado o sono dos habitantes da outrora tranquila cidade na Região Metropolitana do Rio.

O vereador eleito de Niterói pelo PRP e empresário do setor naval Lúcio Diniz Araújo Martelo, o Lúcio do Nevada, 44 anos, foi assassinado, por volta das 21h20, com cinco tiros, no bairro de Santa Bárbara (Zona Norte de Niterói). Ele saía da casa da mãe para participar de um comício político. 

Minutos depois, o desembargador aposentado Gilberto Fernandes, de 78 anos, teria sido alvo de uma tentativa de assalto e foi baleado na cabeça e no pescoço. Ele morreu na madrugada de sexta-feira (26), por volta das 2 horas, vítima dos tiros. O crime ocorreu em torno das 22 horas da quinta-feira (25), quando buscava dois netos no colégio, na Avenida Sete de Setembro, em Icaraí (Zona Sul). O magistrado foi abordado por dois homens armados que estavam a pé. Ele teria, segundo testemunhas, tentado arrancar com o veículo, em marcha a ré para fugir, quando foi alvejado.

De acordo com o delegado Mario Luiz da Silva, titular da 77ª DP (Icaraí), a principal linha de investigação do assassinato do desembargador Gilberto Fernandes é a de latrocínio. O delegado informou que aguarda o restabelecimento emocional dos familiares para que eles possam prestar depoimento. Equipes da delegacia estão nas ruas tentando localizar imagens de câmeras de segurança que possam ajudar nas investigações e identificação dos autores do crime.

Segundo o delegado Paulo Cesar Guimarães, titular da 78ª DP (Fonseca), a unidade ainda não descarta nenhuma hipótese de investigação no caso do assassinato do vereador eleito. O titular explicou que os criminosos abandonaram o veículo em que estavam próximo ao local. O automóvel foi periciado e o delegado aguarda o resultado dos laudos para, através de alguma pista, tentar chegar à identificação dos autores do crime.

Medidas ineficazes 

No mês de abril deste ano, em resposta a uma onda de arrastões, roubos à residência e uma série de homicídios, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, anunciou um pacote de medidas para combater a criminalidade em Niterói.

Entre as ações anunciadas por Beltrame estavam a transformação da 81ª DP (Itaipu) em Delegacia Legal; o reforço com cerca de 300 policiais, sendo 200 recém formados, e a criação de uma base de Polícia Montada na Região Oceânica, que ficaria pronta em 15 dias.

A Delegacia Legal na Região Oceânica e a base de Polícia Montada não vingaram até hoje. Por outro lado, o aumento no efetivo ocorreu de fato. Porém, os mesmos 300 policiais militares já foram "devolvidos" para a capital onde estão lotados em novas UPPs.

Morte de juíza

Há pouco mais de um ano, outro crime em Niterói abalou o judiciário. Ano passado, a juíza da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo foi morta às 23h30m do dia 11 de agosto. Ela foi assassinada com 21 tiros, por homens que estavam em duas motos. Era conhecida por ser “linha dura” com policiais envolvidos com crimes.

Em 2010, a juíza determinou a prisão de quatro cabos da Polícia Militar e uma mulher, acusados de integrar um grupo de extermínio em São Gonçalo. Ao todo, 11 policiais militares do 7º BPM (São Gonçalo) foram acusados de envolvimento na morte da juíza, entre eles o então comandante do Batalhão, o tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira.