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Bope tenta tranquilizar moradores de Manguinhos e Jacarezinho

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Centenas de moradores das favelas de Manguinhos e do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, se reuniram com o comando do Batalhão de Operações Especiais (Bope), na manhã desta sexta-feira. O encontro aconteceu na quadra da escola de samba Unidos do Jacarezinho. 

O objetivo da reunião, segundo o Bope, foi esclarecer junto à população alguns pontos da ocupação policial, que ocorreu no domingo passado.

O comandante do Bope, René Alonso, falou sobre as 29 experiências anteriores do batalhão em áreas pacificadas e garantiu que a preocupação é dar segurança à população. "Queremos garantir uma vida normal a todos", afirmou.

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No entanto, o comandante reconheceu que devem ocorrer algumas alterações na rotina dos moradores, e citou o trabalho de comerciantes e camelôs. "Alguns atos de organização do comércio devem ser feitos em breve, acarretando em algumas mudanças na comunidade", acrescentou.

Moradores ficaram satisfeitos com a reunião, mas fizeram reservas quanto às expectativas para os próximos meses. "Precisamos ver como chegarão os serviços à comunidade: água, luz, etc. Se o Bope fizer o trabalho dele, vai ser ótimo", disse Fabíola Alves, de 28 anos, moradora do Jacarezinho.

O encontro também contou com a participação de representantes da subprefeitura da Zona Norte e da Secretaria de Assistência Social. 

Revistas polêmicas

As revistas residenciais foram alvo de reclamação de alguns moradores durante a reunião desta sexta-feira.  Segundo eles, algumas residências teriam sido revistadas, desde o dia da ocupação, durante a ausência dos moradores. A respeito da denúncia, Alonso disse que isso seria apurado, e pediu:

"Deixem a chave de casa com algum vizinho, e o deixem responsável pela casa para que possamos entrar sem problema. Eu sei que é muito ruim, mas é necessário para a segurança de vocês", declarou o Comandante do Bope.

Outro morador fez uma denúncia curiosa: segundo ele, algumas casas estariam sendo revistadas de 3 a 4 vezes por dia. Assim que ouviu isso, o próprio comandante pediu que o morador, assim que reunião terminasse, o levasse às tais casas. O morador assentiu positivamente, e não mais se falou sobre o assunto.

As reclamações vão de encontro ao que aconteceu na Ocupação do Complexo do Alemão, em 2010. Naquela época, as reclamações foram parecidas, e isso criou uma polêmica a respeito da atuação do Bope nas comunidades pacificadas.

O Bope ofereceu dois números que estarão disponíveis para os moradores se comunicarem com o Batalhão: 8081-3434 e 2334-3483.