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Enterro de aluno do São Bento é marcado por silêncio de familiares e amigos

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O corpo de J.P, de 12 anos, aluno do Colégio São Bento que caiu de uma janela do 5º andar da instituição no dia 28 de setembro, foi enterrado nesta segunda-feira (8). O sepultamento ocorreu no Memorial do Carmo, no Caju, zona norte do Rio de Janeiro, com a presença de cerca de 300 pessoas. 

Nenhum dos presentes no enterro quis das declarações. Chegou-se a formar um cordão de isolamento na entrada da capela, a pedido da família. Seguranças também impediam qualquer aproximação. Enquanto o caixão era levado para o sepultamento, em um andar superior do Memorial do Carmo, os familiares e amigos de colégio do menino cantavam Segura na mão de Deus, entre lágrimas e muita emoção:

"Se as águas do mar da vida quiserem te afogar/ Segura na mão de Deus e vai / Se as tristezas desta vida quiserem te sufocar/ Segura na mão de Deus e vai/ Segura na mão de Deus, segura na mão de Deus,/ pois ela, ela te sustentará / Não temas segue adiante e não olhes para trás / Segura na mão de Deus e vai"

Apenas os familiares acompanharam o sepultamento do corpo. Os amigos da família foram embora sem falar com a imprensa.

No domingo, o Colégio de São Bento divulgou uma mensagem em seu site lamentando a morte do aluno. “Reitoria, professores e funcionários, consternados pela perda tão prematura, se solidarizam com os pais e familiares, neste momento de dor. Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno e brilhe para ele a vossa luz”, dizia a nota.

A criança de 12 anos estava internada no CTI pediátrico do Hospital Souza Aguiar desde o dia 28 de setembro com traumatismo craniano.  O responsável por investigar a queda do aluno do Colégio São Bento, no Centro do Rio, o delegado titular da 1ª DP (Praça Mauá), José Afonso Mota, chegou a informar que a investigação apontava que o menino teria se jogado.

"A priori, a investigação indica que houve uma tentativa de suicídio, mas ainda não é possível determinar isto. Vamos continuar ouvindo funcionários do colégio", destacou o delegado-titular. 

Imprensa impedida de entrar

Diversos veículos de imprensa ficaram do lado de fora do Memorial, impedidos de acompanhar e registrar o sepultamento. A presença da imprensa fez com que amigos e familiares fizessem uma espécie de paredão, a fim de não permitir nenhum registro do que acontecia. Uma das presentes no enterro concordou com a iniciativa:

"Acho ótimo que se faça isso, que se imponha respeito. Já que eles mesmos não têm esse respeito pela dor do outro, tem que ser desse jeito", comentou, indignada, uma mulher que esteve no enterro.

Seguranças do colégio São Bento também estiveram presentes dentro do Memorial. A mãe de J.P é professora de ensino fundamental da instituição.

Incerteza até entre amigos

A investigação sobre o que teria causado a queda fatal de J.P permanece, e a incerteza também. Uma amiga da família acredita que possa ter havido um caso de bullying com J.P:

"Qualquer tipo de constrangimento, pelo motivo que seja, pode ser considerado bullying. Penso que foi isso que aconteceu", comentou ela.

Já uma outra senhora, emocionada, disse que também se preocupa com o que foi dito a vizinhos e amigos mais novos sobre o ocorrido. Para ela, o garoto realmente se jogou da janela:

"O que se pode dizer para elas é: ele caiu, foi um acidente, então tem que obedecer e não ficar dependurado na janela. Não dá para dizer a eles que o garoto se jogou", finalizou.