Pedindo o fim do voto secreto e a classificação da corrupção como crime hediondo, cerca de três mil jovens reuniram-se numa caminhada na orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, neste 7 de setembro. A data é marcada por manifestações em cerca de 70 cidades do país, quando acontece o Dia do Basta.
A marcha começou no posto 4 da orla e atraiu banhistas e ciclistas. Quando chegou no posto 6, na altura do Forte de Copacabana, já contava com cerca de 3 mil adeptos. Aos gritos de "Voto secreto, não! Eu quero ver a cara do ladrão", os manifestantes convidavam os banhistas a participarem do ato.
Para a aposentada Janete Ferreira, não existe momento mais oportuno para pedir um basta à corrupção no Brasil, já que o país acompanha o julgamento do famigerado Mensalão, considerado o maior caso de corrupção do país.
"Quando os professores pedem um aumento justo, o governo federal não negocia e sufoca a greve , minimizando a baixa salarial dos servidores. Aí o dinheiro público vai parar num mensalão da vez. Já passou da hora do povo ir às ruas protestar contra a corrupção", destacou a moradora de Copacabana, que aderiu à manifestação no meio do caminho.
Uma das organizadoras do Dia do Basta no Rio de janeiro, Gerusa Lopes, aponta o movimento como o "despertador do brasileiro".
"Tá na hora do povo acordar que a corrupção não deve existir. E, se existe, deve ser combatida. A população precisa de mais disposição para ir às ruas. Precisamos ser mais combativos para impedir novos mensalões", apontou a carioca.
Aos gritos de "Ô, Sarney, pode escrever. Dia do Basta tá chegando para você!", a assistente social Michele Didier era uma das que segurava a bandeira do Brasil na orla. Ela veio de Niterói com o filho Erick, de 11 anos, para o ato:
"O mais importante do Dia do Basta não é só pedir o fim da corrupção, mas sim contagiar os outros cidadãos a se manifestar protestando por algo tão absurdo e desenfreado que é a corrupção brasileira".