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Paes acha 'estranho' movimento de motoristas de vans às vésperas de eleição

Prefeito teme que profissionais estejam sendo usados como massa de manobra de cooperativas

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Em entrevista à rádio CBN, na manhã desta quarta-feira, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, comentou o movimento dos motoristas de vans, que farão um grande protesto na Cinelândia. Paes acha "estranho" esse tipo de movimento às vésperas das eleições de outubro.

Os cerca de 3 mil motoristas de transporte alternativo seguem neste momento em carreata em direção ao Aterro do Flamengo. Por volta das 5h, centenas de vans já estavam nas proximidades do Maracanã, de onde saiu a carreata. Eles vão seguir pela Praça da Bandeira, Avenida Presidente Vargas até o Aterro do Flamengo, onde os veículos serão estacionados. De lá, os motoristas vão a pé até a Cinelândia para um grande ato de protesto. O trânsito está congestionado em várias partes da cidade e espera-se que a situação piore com o desenrolar da carreata. 

"Todos os que participam do movimento têm licença da Prefeitura. Eles podem estar sendo usados como massa de manobra política pelos donos de cooperativas. A minha postura é clara: quero organizar, mas não é tarefa fácil. O meu secretário de Transportes tem amanhã uma reunião com esses representantes, por isso me parece estranho que às vésperas das eleições surja essa paralisação. Me parece um movimento combinado", disse Paes. 

"Todo o protesto é válido e deve ser respeitado, mas precisamos cuidar para que a população não seja prejudicada. Apelo para que não prejudiquem os trabalhadores que se deslocam, pelo Centro da cidade", acrescentou o prefeito.

Eduardo Paes criticou ainda o comportamento dos donos de cooperativas, que estariam por trás dos protestos: "Dono de cooperativa não manda na prefeitura. Acabou essa história de bandalha. As pessoas precisam aprender a seguir regras. Não aceito coação política. Por mim, pelo meu coração, daria licenças pra todo o mundo, mas aí haveria o caos na cidade", concluiu Paes.

A manifestação Um dia sem van tem o objetivo de mostrar a importância do transporte alternativo legalizado e organizado para a população, além de exigir uma rápida e imediata licitação para o setor.

De acordo com Guilherme Biserra, diretor jurídico do sindicato da categoria, a finalidade é a de fazer valer a realização de uma nova licitação para o transporte alternativo legalizado, cobrar o cumprimento da lei nº 3360, que garante que a licitação seja voltada somente para pessoa física, além de determinar a demarcação dos locais de parada para vans a 50 metros antes ou depois dos pontos de ônibus, evitando assim as inúmeras discussões entre  motoristas de ônibus e vans, e reduzir o número de multas aplicadas pela Guarda Municipal aos trabalhadores do setor.

"Hoje, o transporte alternativo leva diariamente cerca de 1,5 milhão de passageiros que, através de pesquisas, já comprovaram sua importância na locomoção de suas residências para o trabalho e vice-versa. Não queremos prejudicar essas pessoas, apenas fazer valer uma lei que as autoridades públicas teimam em desrespeitar", afirmou.