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Servidores federais em greve pararam a Avenida Rio Branco nesta quinta-feira

Grevistas de várias categorias se reuniram hoje em grande manifestação no Centro

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Servidores públicos federais de diversas entidades fizeram uma grande manifestação hoje no centro do Rio, que, segundo a Polícia Militar, reuniu cerca de 3.000 pessoas e parou o trânsito na Avenida Rio Branco. Os trabalhadores lutam por um reajuste salarial de acordo com a inflação. Os trabalhadores pedem também a elaboração de um plano de carreira compatível com as necessidades das diferentes categorias. O dia final para os ajustes na Lei Orçamentária Anual é 31 de agosto, data limite também para que sejam feitos as mudanças pedidas pelos servidores, alguns sem reajustes salariais há quatro anos.

Diretora do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatísticas( ASSIBGE), Suzana Drummond contabiliza as perdas dos trabalhadores da entidade: "No último ano, nós, servidores do IBGE, tivemos uma desvalorização de 19% com a inflação que está aí. Se não houver reajuste em 2013, teremos cerca de 25%. Isso é parte da  política terrorista desse governo contra o servidor público", desabafou Suzana, que deixou algumas pergunta no ar. "Como o governo vai coordenar a política econômica sem os dados do IBGE? Como podemos trabalhar se nós do IBGE não recebemos desde o dia 18 de junho?" questionou.

Aos sindicatos, o governo declarou que a crise internacional e a queda na arrecadação impedem os ajustes salariais de acordo com a inflação. Fábio Marinho, membro do comando de greve da UFRJ, rebateu este número com outros dados. " Os gastos do governo com o serviço público diminuíram, mas aumentaram de 44% para 47% os vencimentos para pagamento de juros e a amortização da dívida. O Governo apresentou uma proposta  que não repõe de acordo com a inflação, e faz um reajuste de somente 5% para 2013, 2014 e 2015. É muito pouco para quem vê seu salário desvalorizar cada vez mais", demonstrou Fábio. As instituições federais de ensino foram as primeiras a tomar parte dessa paralisação, ainda em maio de 2012.

Segundo Jorge Coutinho, diretor jurídico do Sindicato Dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Rio de Janeiro( SINTRASEF-RJ), uma das organizadores da manifestação, a Casa da Moeda também aderiu ao protesto. "A Casa da Moeda interrompeu a fabricação de dinheiro por um dia inteiro. Isso é muito importante, porque é uma entidade que dificilmente entra em greve. A gente sabe que essas manifestações podem prejudicar o trabalhador, mas é o único jeito de o servidor público mostrar a sua insatisfação. Não procuramos aumento salarial, mas sim repor perdas salariais que o governo não corrige" atestou o servidor. 

A assessoria da Casa Moeda negou a informação e garantiu que a produção segue sem interrupções. Veja a nota divulgada pela Casa da Moeda:

"A Casa da Moeda do Brasil nega a informação publicada pelo Jornal do Brasil Online de que tenha interrompido a produção de dinheiro por um dia inteiro.

O Departamento de Cédulas segue funcionando normalmente em três turnos e não houve nenhuma alteração na fabricação das cédulas para o Banco Central."

O Governo prometeu apresentar uma proposta aos representantes das diferentes categorias do serviço público na próxima segunda-feira(13). O Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, declarou que o governo está disposto a negociar até o final do mês de agosto.