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Desabamento na Tijuca: Crea critica falta de fiscalização

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O desabamento de uma marquise num prédio da Tijuca, Zona Norte do Rio, na noite de quinta-feira, trouxe à tona mais uma vez uma antiga polêmica em torno do estado de conservação de edificações no Rio. "Este é um problema sério da cidade. Se houvesse mais fiscalização e vistorias, este tipo de incidentes seriam evitados", afirmou o presidente da Comissão de Análises e Prevenção do Conselho Regional de Engenharia (Crea-RJ), Luiz Antonio Cosenza.

O engenheiro enfatizou  que a falta de uma lei que obrigue inspeção periódica obrigatória em edifícios facilita a ocorrência de acidentes.  

>> Desabamento de marquise na Tijuca não deixa vítimas

De acordo com o especialista, o incidente na Tijuca não teria ocorrido caso fosse obrigatória a vistoria. "Sempre há uma sinalização, um sinal de que algo está errado ou precisando de manutenção. Por isso, se ocorresse a análise de um técnico do Crea, a situação poderia ter sido outra", analisou. Cosenza criticou a "falta de cultura" de chamar os órgãos responsáveis pela fiscalização e inspeção prévia. 

Outro problema notório é o elevado número de incêndios, devido à falta de inspeção na rede elétrica. "Mais de 80% dos incêndios na cidade do Rio de Janeiro vêm de problemas com a rede elétrica, cujo problema maior é a falta de reestruturação. Em muitos prédios velhos e sem manutenção, o problema é potencializado de maneira significativa", afirmou Cosenza.

A ação da Defesa Civil do município do Rio de Janeiro é limitada. O órgão trabalha sobre demanda, isto é, só faz a inspeção quando solicitado pelo proprietário do imóvel ou o responsável pelo edifício. Já a Secretaria de Urbanismo - entidade que faz o licenciamento e fiscalização das obras em edificações - afirmou que só pode agir em espaço público – calçadas e ruas. 

Reportagem: Rômulo Diego Moreira