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Presos três suspeitos da morte de policial  no Alemão

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Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) prenderam três suspeitos da morte da soldado Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, atingida por um tiro no peito, na noite desta segunda-feira, durante ataque de criminosos à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de Nova Brasília, no conjunto de favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio.

Dos três detidos hoje, um é menor. Os dois adultos possuem antecedentes criminais, segundo a polícia. Eles foram levados para a 21ª DP (bonsucesso).

O coordenador das UPPs, coronel Rogério Seabra, disse que o Bope vai permanecer na região por tempo indeterminado. O policiamento foi reforçado em todo o entorno do Conjunto de Favelas do Alemão. Circulam pelas principais vias da região patrulhas do 16º BPM (Olaria) e do 22º BPM (Maré). No interior da favela, homens do Bope vasculham ruas e becos atrás dos criminosos. Foram apreendidos um colete à prova de balas, cocaína, maconha e um artefato explosivo.

"Ações criminosas desse tipo não se combatem com mais armamento, mas com investigação e com a proximidade com a população. Os moradores também estão indignados com o que aconteceu e poderão ajudar a polícia com informações que levem aos criminosos, seja pessoalmente ou pelo Disque-Denúncia", enfatizou o coronel Seabra.

A soldado Fabiana Aparecida de Souza morreu após levar um tiro de fuzil 762, em um ataque à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade de Nova Brasília, no Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio, na noite desta segunda-feira (23). Esta UPP foi inaugurada no último dia 9, marcando a saída definitiva do Exército no Complexo do Alemão. 

Esta foi a primeira policial morta em serviço em uma comunidade pacificada. A bala que matou a PM teria atravessado o colete que ela usava. Fabiana ainda foi levada para a UPA da região, mas não resistiu. A irmã de Fabiana, Luciana Souza, compareceu ao Instituto Médico Legal (IML) nesta manhã para identificar e liberar o corpo. 

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Colegas disseram que a soldado tinha acabado de lanchar quando foi para o lado de fora da sede da unidade, por volta das 21h. Pouco depois, cerca de 12 bandidos armados de fuzis começaram a disparar contra a sede da UPP.

Cerca de 10 minutos antes ao ataque à UPP Nova Brasília, cerca de oito bandidos atacaram uma patrulha com dois policiais na localidade Pedra do Sapo, no Morro do Alemão. Ninguém ficou ferido. 

Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Choque, além de contingente do 16º BPM (Olaria), foram chamados para reforçar a segurança na região.

Secretaria de Segurança diz que morte de soldado não afeta pacificação

A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro divulgou nota oficial sobre a morte da soldado Fabiana Aparecida dos Santos, na noite desta segunda-feira, durante ataque de criminosos à UPP de Nova Brasília, no Complexo do Alemão. A Secretaria lamenta profundamente a morte da soldado e se solidariza com a família. 

"Fabiana é a mais recente vítima dos fuzis de alto poder utilizado por traficantes que ainda resistem à pacificação nos Complexos do Alemão e da Penha", diz a nota.

"O processo de pacificação seguirá seu curso previsto na região, até que esteja consolidada a reconquista de território dessas comunidades, com sua devolução completa e pacífica à cidade do Rio de Janeiro. Já foram instaladas três Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Complexo do Alemão (Nova Brasília, Fazendinha e Alemão), a UPP Adeus/Baiana e mais duas UPPs no Complexo da Penha (Fé/Sereno e Chatuba). Muito em breve, serão inauguradas mais duas UPPs no Complexo da Penha: Parque Proletário e Vila Cruzeiro", lembra o documento.

Ainda de acordo com a Secretaria de Segurança, "todas as ações de resistência de criminosos, que durante décadas impuseram um domínio de terror sobre essas e outras comunidades, serão combatidas sem trégua, o tempo que for necessário e com todos os recursos disponíveis, até que seus moradores tenham restabelecidos seus direitos básicos de cidadania e de segurança pública".

A Secretaria de Segurança reafirma sua confiança na Política de Pacificação de comunidades conflagradas pelo tráfico de drogas e colocou as forças policiais do Rio de Janeiro na missão de prender os responsáveis pela morte da soldado Fabiana.

"Nesse sentido, convocamos a população dos Complexos do Alemão e da Penha e do Morro do Adeus/Baiana a colaborar com a Polícia Militar, através do Disque-Denúncia (tel. 2253-1177) e do 190, fornecendo informações que possam levar à localização e prisão dos criminosos responsáveis pela morte da soldado Fabiana", conclui a nota. 

Cabral lamenta morte e diz que foi um ato de desespero dos criminosos

O governador do Rio também divulgou nota sobre a morte da soldado Fabiana Aparecido de Souza, lamentando o crime e se mostrando solidário com a família. Na nota, Cabral diz que a policial foi "covardemente" assassinada no exercício do trabalho. Segundo o governador, foi um ato de desespero dos criminosos diante das ações adotadas pelo governo na área de segurança. Cabral acredita que, apesar de tudo, a marginalidade vem perdendo força no estado.

Confira a nota na íntegra:

"UPP e a soldado Fabiana Aparecida de Souza

O Governador Sérgio Cabral se solidariza com a família da soldado Fabiana Aparecida de Souza, covardemente assassinada no exercício de seu trabalho na Unidade de Polícia Pacificadora, que hoje representa um novo ambiente de vida para mais de um milhão de pessoas, em mais de uma centena de comunidades e bairros do Rio de Janeiro.

O Governo do Estado acredita que a marginalidade vem perdendo forças diante da política de Segurança Pública e que ações como estas demonstram o desespero de organizações criminosas. Elas estão percebendo que, cada vez mais, o processo civilizatório foi retomado no Rio de Janeiro.

 Em homenagem a esta policial e a todas as famílias do Estado, que acreditam no Rio de Janeiro ordeiro, o Governador declara que a política de pacificação, representada pela UPP, não tem volta, e será cada vez mais consolidada e ampliada".