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Uma pessoa morre após incêndio no Hospital Pedro Ernesto

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Ao menos uma pessoa morreu após o incêndio que atingiu na manhã desta quarta-fera (4) o almoxarifado do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), na Vila Isabel, Zona Norte do Rio. Segundo informações do hospital, Edenir Pereira, 65 anos, que estava internada em estado terminal com fibrose pulmonar e inalou muita fumaça, acabou não resistindo. Ainda será apurado se o incêndio e a fumaça foram determinantes para a morte. No hospital há cerca de 350 pacientes internados.

O prédio principal não foi afetado mas, por causa da fumaça que atingiu outras unidades, pacientes foram removidos. Segundo informação dos bombeiros, o fogo começou às 5h30 no almoxarifado do hospital, que fica no corredor lateral esquerdo do prédio. No local estava guardado todo material hospitalar, como soro, gaze, seringas, próteses e cateteres. Os remédios não foram atendidos já que são guardados na farmácia. O governo do Estado anunciou que já dispôs recursos de emergência para repor o material perdido. Segundo o reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, o prejuízo está estimado em R$ 5 milhões.

O prédio, atingido por fumaça e fuligem, vai passar por limpeza e pintura. Este trabalho deverá durar dez dias. A liberação do setor de hemodiálise deve demorar mais porque a água também estaria contaminada, o que poderia expor pacientes a riscos. 

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A fumaça atingiu seis enfermarias: a de neurologia, no 2º andar, de nefrologia e hemodiálise, no 3º, de cirurgia plástica e torácica, no 4º, e a ala feminina de oftalmologia e ortopedia, no 5°. Todos os pacientes destes locais foram transferidos para outras enfermarias. Cerca de 100 pacientes chegaram a ir para o setor de Raio-X, segundo informou a assessora do hospital, Alba Regina. 

Familiares foram chamados pelo hospital para receber informações sobre os pacientes, mas a visita só será permitida a partir das 15h, que é o horário tradicional. Ao todo, quinze pessoas que necessitavam de oxigênio foram transferidas para outros hospitais, sendo sete crianças que estavam na UTI neonatal e oito adultos.  Eles precisaram ser transferidos porque dutos de oxigênio que iam para a maternidade foram retorcidos pelo calor. O gás também precisou ser cortado pelo Corpo de Bombeiros por questão de segurança.

Emocionada, a supervisora de enfermagem Bianca Siciliano contou que os internos ficaram assustados, mas foram acalmados pela equipe. "Foi muita comoção porque é o tipo de coisa totalmente inesperada. Mas a sensação é de dever cumprido", disse. Segundo Bianca, vários hospitais já entraram em contato se oferecendo para receber os pacientes que tiveram que deixar seus quartos. 

Ambulâncias do Corpo de Bombeiros e do Samu correram ao local para ajudar no atendimento dos que haviam sido transferidos de enfermaria. 

Às 7h50, segundo informações dos bombeiros, o fogo já estava controlado e o trabalho deles - que contou com homens de três quartéis e a ajuda do helicóptero da corporação - estava na chamada fase de rescaldo. Uma grande coluna de fumaça foi vista dos bairros vizinhos.

O trânsito no Boulevard  foi interrompido apenas na pista da esquerda, em frente ao hospital. A pista da direita fluía com certa dificuldade no sentido normal, isto é, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) para a Praça Barão de Drummond.

Parentes de pacientes correram ao local em busca de informações. Silvana Lins, de 44 anos, estava em busca de notícias sobre o marido, Wagner, que, acometido por fungos, ficou internado por 20 dias na UTI e, desde segunda-feira, foi para um quarto. Ela não sabia para onde ele tinha sido levado.