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Críticas a Cesar Maia e Garotinho dominam a convenção do PMDB  

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A convenção do PMDB, dedicada a oficializar a candidatura à reeleição do prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes e do vereador Adilson Pires (PT) como vice, foi marcada por duras críticas ao ex-prefeito Cesar Maia (DEM) e ao ex-governador Anthony Garotinho (PR), que se uniram este ano para lançar seus filhos Rodrigo Maia (DEM) e Clarissa Garotinho (PR) numa chapa rival. 

Junto com o governador Sérgio Cabral, Paes - coligado a 18 legendas -  focou o discurso em críticas às administrações anteriores. Deu destaque à aprovação automática nas escolas municipais e à construção da Cidade da Música, na Barra da Tijuca - que custou R$ 600 milhões aos cofres públicos e ainda não está funcionando.

"Felizmente o Rio de Janeiro já enfrentou o momento em que o prefeito queria ser governador e o governador queria ser o presidente da República. Era um completo desrespeito ao povo. Nenhum dos dois queria transformar a vida da população para melhor", disparou Paes, relembrando as dissidências entre os inimigos políticos Cesar Maia e Anthony Garotinho, no final da década de 90 e início dos anos 2000. Em1998, Maia candidatou-se sem sucesso ao governo do estado. Acabou derrotado por Garotinho. Já em 2002, Garotinho também não teve êxito quando tentou a cadeira de presidente da República.

"A prefeitura fingia que ensinava. O aluno fingia que aprendia. Mas a vida não é assim. Ela é feita de desafios. Foi um tempão desta historinha, deste trololó, sem estabelecermos desafios para nós mesmos", continuou Paes sobre o abandono do sistema de avaliação seriada adotada por seu ex-padrinho político. Na ocasião, o conceito "insuficiente" foi retirado dos boletins. "A aprovação automática era o decreto oficial da desesperança", alfinetou.

As críticas veladas à dupla Rodrigo Maia (DEM) e Clarissa Garotinho (PR), que devem ser os grandes oponentes de Paes nas urnas, foi reiterada em diversos momentos do encontro.

"Tem gente que se uniu para pedir uma nova chance para o povo, mas a chance já foi dada e houve quem não fizesse jus. Somos de uma geração que viu a cidade indo para o fundo do poço. A população não quer repetir os erros do passado. Eu adoro cuidar desta cidade e estou do lado do povo. O povo sabe quem está ao seu lado". 

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A aliança estratégica do PMDB com o Partido dos Trabalhadores, que escolheu o vice, o vereador Adilson Pires, foi exaltada por Cabral, que fez questão de enumerar a série de obras que Paes vem realizando na cidade.

"Este é o prefeito que vai governar durante os Jogos Olímpicos de 2016. É um homem que enxerga uma oportunidade de legado, de melhoria da qualidade de vida da população, de melhoria na mobilidade urbana. Tudo isto se deve ao companheiro político Eduardo Paes", saudou o governador, que pode ficar fora dos palanques eleitorais nos municípios fluminenses por conta da estreita relação com o ex-presidente da construtora Delta, Fernando Cavendish, denunciada em blog do arqui-inimigo Anthony Garotinho (PR), no mês passado. 

Ao fim do encontro, a cúpula do PMDB recusou-se a falar com a imprensa.